ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 20-02-2008.
Aos vinte dias do mês de
fevereiro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas,
foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Ervino
Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a
existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo
Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá Gomes, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D'Avila,
Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano.
À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº
087/07 (Processo nº 9404/07); pelo Vereador Adeli Sell, juntamente com os
Vereadores Elias Vidal e Ervino Besson e a Vereadora Neuza Canabarro, o Substitutivo
nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 009/07 (Processo nº 0519/07); pelo
Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 016/08 (Processo
nº 0527/08); pelo Vereador Nereu D’Avila, os Projetos de Lei do Legislativo nos
014 e 015/08 (Processo nos 0512 e 0513/08, respectivamente); pela
Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 026/07
(Processo nº 9768/07). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 045/08,
do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 034/08, do Engenheiro Flávio
Ferreira Presser, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos;
s/nº, do Vereador Paulo Sérgio Coelho, Presidente da Câmara Municipal de São
Sebastião do Caí – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo discorreu
sobre Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Congresso Nacional para
investigar denúncias de irregularidades no repasse de verbas públicas para
organizações não governamentais. Sobre o assunto, afirmou que recursos estão
sendo liberados sem que ocorra a devida fiscalização por parte do Governo
Federal quanto à qualidade dos serviços prestados pelas entidades beneficiadas
com esses investimentos. O Vereador João Antonio Dib comentou notícia publicada
na edição de ontem do jornal Zero Hora, intitulada “Capital terá sinaleira
inteligente”, asseverando ter defendido a implantação de sistema similar de
monitoramento do fluxo de veículos quando exerceu o cargo de Secretário
Municipal dos Transportes. Além disso, teceu críticas à gestão na área dos transportes
realizada pelo Partido dos Trabalhadores no período em que esse Partido esteve
à frente da Prefeitura de Porto Alegre. O Vereador Adeli Sell reportou-se ao
pronunciamento de hoje do Vereador João Antonio Dib, acerca da implantação, em
Porto Alegre, da “sinaleira inteligente”. Ainda, declarou que se observa falta
de gerenciamento e de trabalho conjunto entre os órgãos do Governo Municipal, o
que acarretaria perda de recursos federais, prejudicando o desenvolvimento da
Cidade. Finalizando, aludiu à renúncia do Senhor Fidel Castro do cargo de
Presidente do Conselho de Estado de Cuba. A seguir, foi apregoado Termo de
Indicação de Vice-Líderes, firmado pelo Vereador Dr. Goulart, Líder da Bancada
do PTB, por meio do qual Sua Excelência informa que os Vereadores Nilo Santos e
Alceu Brasinha assumiram, respectivamente, os cargos de 1º e 2º Vice-Líderes da
Bancada do PTB, a partir do dia primeiro de janeiro do corrente. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, a Vereadora Neuza Canabarro relatou reuniões efetuadas pela Comissão
de Saúde e Meio Ambiente na busca de soluções para a carência de recursos
humanos e materiais apresentada pela Unidade de Saúde da Pequena Casa da
Criança e pelo Hospital Presidente Vargas. Ainda, solicitou o apoio dos
Senhores Vereadores para a renovação do convênio de prestação de serviços
médicos firmado pelo Governo Municipal com o Hospital Porto Alegre. O Vereador
José Ismael Heinen comentou o aumento do número de mortes verificado no
trânsito em Porto Alegre no ano de dois mil e sete, destacando a necessidade de
atenção especial ao assunto nessa época de início do ano escolar. Sobre o tema,
lembrou legislação sobre faixas de segurança vigente no Município e solicitou
apoio para aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 177/07, de sua autoria,
que dispõe sobre a sinalização de vias localizadas próximo a estabelecimentos
de ensino. O Vereador Haroldo de Souza discutiu criticamente a maneira como
Cuba tem sido governada nos últimos quarenta e nove anos pelo Senhor Fidel
Castro, sustentando que a renúncia desse dirigente político aconteceu tardiamente,
tendo em vista a falta de liberdade política do povo cubano. Ainda, parabenizou
o Prefeito José Fogaça pela entrega à comunidade da Vila Pinto, hoje pela
manhã, da Escola de Educação Infantil Vovó Belinha. A Vereadora Maristela Maffei
protestou contra as distorções que, segundo Sua Excelência, são apresentadas
historicamente ao povo por intermédio das grandes redes de televisão aberta do
País, especialmente em relação à realidade política brasileira. Nesse contexto,
elogiou o sistema político implantado em Cuba sob o governo do Senhor Fidel
Castro, afirmando que , mesmo tendo discordado de Sua Senhoria em algumas situações,
ainda o considera um exemplo de coerência e de resistência contra o imperialismo
mundial. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, o
Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à Vereadora Clênia Maranhão, que
analisou as responsabilidades que assumirá em decorrência do convite recebido
do Prefeito José Fogaça para desempenhar o cargo de Secretária de Coordenação
Política e Governança Local do Executivo Municipal. Nesse contexto, agradeceu a
confiança depositada por seus eleitores em quatro mandatos como Vereadora desta
Casa, ressaltando que, nesse período, adquiriu um aprendizado muito importante
do ponto de vista pessoal e político e procurou contribuir da melhor maneira
possível para o desenvolvimento da Cidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 183/05, considerando-se mantido o Veto Total a ele
aposto, por treze votos SIM, sete votos NÃO e sete ABSTENÇÕES, após ser
discutido pelos Vereadores Neuza Canabarro, Luiz Braz, Aldacir Oliboni, Adeli
Sell, Carlos Todeschini, João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Margarete Moraes
e encaminhado à votação pela Vereadora Neuza Canabarro e pelos Vereadores Luiz
Braz, João Antonio Dib e Carlos Todeschini, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Ervino
Besson, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila e Neuza Canabarro, Não os
Vereadores Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, DJ Cassiá Gomes,
Luiz Braz, Nilo Santos e Professor Garcia e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Dr. Raul, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Newton Braga Rosa e Sebastião Melo. Na oportunidade,
o Senhor Presidente convidou todos para reunião com representantes da Companhia
de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA –, a ser
realizada amanhã, às nove horas, no Plenário Ana Terra, para apresentação do
sistema de informática contratado por este Legislativo junto a essa empresa.
Também, convidou para audiência com a Senhora Maria de Fátima Záchia Paludo,
Defensora Pública Geral do Estado, a ocorrer amanhã, às dez horas, tendo como
tema a “Regularização Fundiária em Porto Alegre”. A seguir, foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando o adiamento,
por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 169/06, com
Veto Total, tendo se manifestado a respeito desse Requerimento o Vereador João
Antonio Dib. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 002/05, o qual teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento,
aprovado, de autoria da Vereadora Maria Celeste. Em Votação, foi aprovado o Requerimento
nº 004/08, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Claudio Sebenelo e pela
Vereadora Sofia Cavedon. Em Votação, foram aprovados os Requerimentos nos
002 e 003/08, tendo o Vereador Haroldo de Souza se manifestado acerca do teor
do Requerimento nº 002/08. A seguir, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem
do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, estiveram o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 027/07, discutido pelos Vereadores João Antonio
Dib e Claudio Sebenelo e pela Vereadora Neuza Canabarro, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 001/08, o Projeto de Lei do Legislativo nº 295/07,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib e pela Vereadora Neuza Canabarro, os
Projetos de Lei do Executivo nos 003/08, discutido pelo Vereador
João Antonio Dib e pela Vereadora Neuza Canabarro, e 009/08, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Professor Garcia, Neuza Canabarro e Carlos
Comassetto. Durante o período de Pauta, o Vereador João Antonio Dib formulou
Requerimento verbal, solicitando a anexação do Processo Administrativo nº
003009424016 ao Projeto de Lei do Executivo nº 003/08 (Processo nº 0172/08),
tendo o Senhor Presidente determinado à Diretoria Legislativa o encaminhamento
de diligência nesse sentido junto ao Governo Municipal. Também, o Vereador Carlos
Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando seja convidada a comparecer
neste Legislativo a equipe responsável pela implantação do Projeto Integrado
Socioambiental de Porto Alegre, tendo o Senhor Presidente determinado que esse
Requerimento fosse formalizado por escrito. Às dezessete horas e seis minutos,
nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser
realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião
Melo, Clênia Maranhão e Carlos Todeschini e secretariados pelo Vereador Ervino
Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Lembro às Sras
Vereadoras e aos Srs. Vereadores que se encontram nesta Casa, que fizemos uma
modificação no Regimento.
Agora, passamos às Comunicações de Líderes, e, logo
após, entraremos na Ordem do Dia.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, gostaria de abordar,
neste período, um tema de extrema importância para o País, e pediria a atenção
dos Srs. Vereadores, no sentido de
entenderem que esta não é uma crítica a um momento de Governo, a um momento da
história do País; mas é uma crítica genérica aos processos de organização e
prestação de serviço de todas as instâncias administrativas. Eu me refiro ao
cadastramento e ao aproveitamento das organizações não-governamentais, e, com
grande surpresa, vejo que as organizações não-governamentais só funcionam com
verbas governamentais. Acho que talvez esse seja um dos grandes paradoxos que a
Nação ainda não conseguiu entender. Organizações não-governamentais, para se
credenciarem à execução de trabalhos, especialmente na área executiva, fazem
com que haja uma das mais silenciosas e duvidosas atividades das organizações.
Credenciam-se, passam a receber verbas, os critérios são absolutamente
equivocados e, mais do que isso, não têm estrutura. De repente, vê-se
organizações não-governamentais com verbas do Governo, prestando serviços,
entre aspas, há uma população cuja conferência, cuja fiscalização, na verdade,
não encontra substrato qualquer de prestação de serviço, tornando-se mais uma
fórmula fraudulenta de relação dos governos com as populações das cidades, dos
Estados e da União. Em todos os âmbitos, essa disponibilidade das organizações
não-governamentais passa a nos deixar extremamente céticos, e com uma dúvida
profunda sobre a validade dessa forma de dar vazão a dois fatos fundamentais: o
primeiro deles é a forma de não aumentar a superfície de contato do Estado através do
concurso público e da contratação, depois do concurso, por critérios de
capacidade, por critérios do mérito para essas pessoas desempenharem a função.
São substituídos e não têm acesso à carreira pública, porque organizações
não-governamentais - assim como foram usados durante muito tempo os estagiários
como mão-de-obra útil e barata -, preenchem, entre aspas, essas lacunas com
algumas aberrações fantásticas que, no frigir dos ovos, vemos que essa é mais
uma fórmula, mais uma maneira de burlar e, grosseiramente, muitas vezes,
ultrapassando os pré-requisitos da lei e nos deixar sob o comando de
organizações que nada têm a ver com o Governo. Por não terem nada com o
Governo, por deverem funcionar longe das benesses governamentais, de repente,
descobre-se exatamente o contrário: que estão inseridas no Governo, e, sob
muitos pontos de vista, elas estão usufruindo dessa proximidade do Governo e,
mais do que isso, funcionando como entidades governamentais. É este o paradoxo,
é sobre isto que a Nação, agora, se debruça para apurar até que ponto vai ser
deturpada a legislação, até que ponto a fraude vai continuar.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Clênia Maranhão; Sras Vereadoras; Srs. Vereadores,
penso que o homem público deveria ter um arquivo de suas realizações, das
notícias, dos veículos em que ele foi notícia, dos jornais, enfim, tudo aquilo
que sobre a sua pessoa foi informado ao público. Eu sempre digo que sou um
servidor público municipal por vocação e por convicção. Realmente, eu dediquei
toda a minha vida pública ao serviço municipal. Agora, esta semana,
especialmente no dia de ontem, o Jornal Zero Hora traz uma notícia (Lê.):
“Equipamentos que monitoram fluxo de carros serão testados e podem ser
instalados nas avenidas mais movimentadas da cidade para guiar o trânsito. A
Capital terá sinaleira inteligente. A partir de março, serão realizados os
testes das sinaleiras inteligentes na 3ª Perimetral, em Porto Alegre. Se os
experimentos forem aprovados, elas poderão ser instaladas nas avenidas mais
congestionadas da Capital para agilizar o fluxo de veículos. Semáforos
inteligentes estabelecem o tempo de sinal aberto para os condutores com base no
trânsito. Quanto maior o movimento, maior a duração da cor verde”.
Eu poderia dizer que eu já pensei nisso no passado,
que eu já tentei realizar isso no passado, mas como eu não tenho como
documentar, poderiam colocar em dúvida o que eu estou afirmando. Mas, na
realidade, eu tenho amigos, como o Desembargador Nério Letti que, de vez em
quando, quando tem uma notícia sobre a minha pessoa no jornal, ele me manda. E
eu recebi dele, agora em janeiro, uma nota do artigo “Há 30 anos”, do Jornal
Zero Hora. Diz assim (Lê.): “Outros destaques: João Dib inicia, hoje, uma
viagem de quatro dias por diversas cidades do centro do País. Em Brasília, o
Secretário Municipal dos Transportes procura obter dez milhões para a
implantação de um novo sistema de sinalização na Capital. Um estudo feito
durante dez minutos no cruzamento das ruas Sarmento Leite e Oswaldo Aranha,
constatou que os veículos gastam 2 mil, 527 segundos desnecessários em espera
no local. Se este tempo pudesse ser reduzido para mil segundos, nos 230
cruzamentos existentes na Cidade, a economia anual seria de 74 milhões, 114
mil, 611 cruzeiros, equivalente a 11 milhões, 764 mil, 224 litros de
combustível”. Como eu disse, eu não tenho um arquivo; infelizmente, eu deveria ter tido, às
vezes me dizem que eu devo escrever um livro sobre as coisas que eu fiz ao
longo de quase 50 anos na cidade de Porto Alegre, mas não tenho. Mas eu
cumprimento o Professor Senna, porque vai fazer isso. Mas eu quero dizer que esta
idéia do Secretário João Dib, não foi abandonada pelo Prefeito João Dib.
Em
1983 - aí eu tenho o Relatório que veio para a Câmara, que eu pedi para a
Biblioteca da Câmara, porque nem este eu tenho, que diz assim (Lê.): “Projeto
CEMAT, que tem como objetivo fundamental a implantação de controladores atuados
pelo tráfego. Foram implantados controladores em 32 cruzamentos das Avenidas
Farrapos e Assis Brasil”. Quer dizer, houve uma preocupação constante. Dizem
que a Cidade evoluiu em 16 anos; tudo aconteceu nesta Cidade naqueles 16 anos
em que o PT a comandou, mas porque não foi continuado aquele trabalho que o
Secretário João Dib, dos Transportes, iniciou lá em 1977 e que em 1978 foi em
busca de recursos, não os conseguiu, mas em1983, como Prefeito, já começou a
implantá-lo, mas não havia recursos na Prefeitura! E quando eu obtive um
auxílio de 25 bilhões de cruzeiros, a fundo perdido, no ano de 1985, eu tive de
perder quatro meses, esperando que a Câmara me autorizasse a receber algo sobre
o que a Prefeitura não pagaria nada, só que a inflação era um pouco mais de 10%
ao mês, imaginem os senhores o que eu teria feito com os 25 bilhões se não
tivesse aquela resistência da Câmara em aprovar algo para a Cidade; hoje não
acontece isso. Nos 16 anos não aconteceu isso nenhuma vez; toda a vez que a
Cidade teria benefício, os Projetos foram aprovados. Mas o Prefeito João Dib
sempre enfrentou dificuldades com a Câmara Municipal. Um outro Projeto de três
bilhões e 200 mil também sofreu a mesma dificuldade. Mas, de qualquer forma,
nesses 16 anos, não fizeram nada para melhorar a fluidez do tráfego na cidade
de Porto Alegre.
Saúdo,
mais uma vez, o Secretário Senna pela iniciativa, e quero prestar homenagem ao
Engenheiro Márcio Caloi que foi quem fez o estudo no cruzamento da Sarmento
Leite com a Osvaldo Aranha. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão):
Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Clênia, dirigindo os trabalhos, colegas Vereadores e Vereadoras, a Verª
Margarete Moraes, nossa Líder, passa este tempo de Liderança para mim, para que
eu possa, em nome da minha Bancada, do PT, fazer algumas colocações.
Eu
fico impressionado, Ver. João Dib, quando abro os jornais da Cidade e vejo esse
papo de sinaleira, eu fico enlouquecido, porque esse tipo de coisa só pode
deixar a gente muito nervoso, porque a sincronia das sinaleiras é coisa antiga,
é coisa do PT! Como V. Exas diziam: “Ah, coisas do PT: faz pintura
de meio-fio, faz feijão com arroz!” Mas que bom era esse feijão com arroz,
tinha meio-fio pintado, hoje a Cidade está suja! Quem foi à Conferência das
Cidades, indo pela Ipiranga, viu a dessincronia das sinaleiras! Agora tem
sincronia nas sinaleiras... Ora bolas! Na minha Cunhaporã - não é Santa
Catarina - tem uma sinaleira moderna como propõe a Verª Neuza Canabarro, em
Cunhaporã, que é uma cidadezinha minúscula, em que me orgulho de ter me
formado. E nós, em Porto Alegre, agora, fizemos um alarde desses! Então, não
tenho o que falar mais na imprensa, porque é isso que foi a badalação do último
final de semana. E, convenhamos, alargamento de avenidas, as senhoras e os
senhores se lembram o que era a faixa preta? Ver. Guilherme Barbosa, V. Exª que
foi Secretário e alargou quantas e quantas avenidas, lembra das obras da Av.
Protásio Alves da Av. Antonio de Carvalho? O que nós vemos agora? Os buracos da
Baltazar, os cartazes do Governo do Estado na Baltazar, dizendo que o Governo
está garantindo dinheiro. Ora bolas! Mas é uma obra do Governo do Estado! Quem
deveria garantir o dinheiro? O Governo do Estado, ou quem? Se fizesse o dever
de casa, se pagasse as coisas direito, não teria tido problema com o dinheiro
do BNDES! Mas este é o Estado da mediocridade! Nós estamos crescendo para
baixo! Nós estamos nos enterrando! Onde está a tradição do Rio Grande do Sul?
Onde está a História deste Estado? Pessoas com quem nós tínhamos - e teremos
eternamente - divergências políticas e ideológicas, mas eu lembro do General
Flores da Cunha, que não tem as posições ideológicas que eu defendo... Mas é
uma vergonha esse apequenamento! Imaginem quem leu, quem tem uma tradição do
velho e bom trabalhismo de Arlindo Pasqualini, de João Goulart, de Leonel
Brizola, das brizoletas feitas pelo Brizola! E agora nós ficamos aqui, tecendo
loas e loas por sincronia de sinaleira! Não estão fazendo mais do que o dever
de casa, porque isso é o mínimo, isso não chega nem ao feijão com arroz. Isso
significa um feijão acrescentado com muita água, porque o batalhão aumentou!
Não tem cabimento!
Os
senhores e as senhoras deviam olhar para as coisas que acontecem neste País!
Porto Alegre cresce menos do que Gravataí, cresce menos do que Farroupilha. O
Rio Grande do Sul cresce menos do que o Nordeste brasileiro. Nós estamos na
contramão da História! Obras e obras estão-se iniciando em vários lugares. O
PAC está trazendo a urbanização das favelas no Rio de Janeiro. Agora, aqui, não
se teve a melhoria do Pronto Socorro, porque foram incapazes de apresentar um
projeto de engenharia que modificasse o Pronto Socorro, por isso que o Governo
não pôde largar o dinheiro. Faltou dinheiro no postão, porque não apresentaram
os projetos. Esse é um Governo incapaz de fazer projetos, incapaz de se colocar
de pé diante da Nação brasileira.
Mas
o Governo Luiz Inácio Lula da Silva está mostrando as obras que faz, mostrando
a que veio; o PAC está em evolução, e este é o debate que nós queremos fazer.
Como também queremos discutir a TV pública, sem esquecer que Fidel Castro deu
adeus à sua gestão, porque, é importante que se coloque aqui, independentemente
de posições políticas e ideológicas, não vamos esquecer que os Estados Unidos
fizeram cerco a Cuba. O debate ideológico é outro, mas não vamos esquecer que
Bush fez mal para os Estados Unidos, como todos os que cercaram Cuba fizeram
mal para o povo cubano. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): Obrigada,
Ver. Adeli Sell.
Apregoamos
o Termo de Indicação de Vice-Líderes da Bancada do PTB, a partir da data de
hoje, onde serão indicados os Vereadores Nilo Santos e Alceu Brasinha.
A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma
Srª Presidenta, Verª Clênia Maranhão, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, ocupo o espaço de Liderança do meu Partido
para fazer colocações em relação à Saúde. A Comissão de Saúde e Meio Ambiente
da Câmara Municipal, cuja presidência está com o PDT neste ano, iniciou na
terça-feira passada já com uma agenda bem exaustiva, com vários pedidos de
visitas e de providências. Na sexta-feira já fizemos duas visitas; o Ver. Dr.
Raul, o Ver. Oliboni e eu visitamos primeiro a Secretaria da Saúde, onde o
Marinon, que está no lugar do Secretário Eliseu Santos, nos recebeu para
tratarmos sobre aquele problema que ocorreu lá no Maria da Conceição, um fato
entre uma atendente e uma paciente. Nós levamos a situação de gravidade em que
se encontra aquele posto, com a falta de médicos, falta de atendentes, com a redução
do número de consultas e com a retirada do gabinete odontológico. Tivemos o
compromisso do Secretário-Substituto de que providências seriam tomadas no
prazo máximo de dez dias. Fomos, após, ao Hospital Presidente Vargas, onde
encontramos uma situação que eu diria, Ver. Claudio Sebenelo - o senhor que é
médico - de interdição. Há três elevadores, e três elevadores novos - não sei
quando foram colocados, mas de última geração em relação a elevadores. Um não
funciona há mais de três meses; o outro parou há mais de 20 dias, então, apenas
um elevador serve a todo o Hospital. Veja bem, Ver. Sebenelo, por este único
elevador descem os pacientes, as crianças recém-nascidas, o lixo, a comida e a
roupa suja. Pedimos providências, e a justificativa é de que não existem
recursos para arrumar. É lógico que sabemos, Verª Clênia Maranhão, que, em
situação de emergência, o
recurso existe, não tem essa de “não tem”; é emergência, é calamidade, ou
fechem-se as portas. Ontem, nós tivemos a satisfação de fazer uma visita ao
Hospital Porto Alegre, e eu me sinto muito gratificada, porque a Comissão de
Saúde e Meio Ambiente tem seis Vereadores, todos compareceram - Ver. Aldacir
Oliboni; Verª Maria Celeste, que é Vice-Presidente; Ver. Elias Vidal; Ver.
Newton Braga Rosa, Ver. Dr. Raul e esta Vereadora. Todos estávamos lá para
visitar e ver as reais condições do Hospital Porto Alegre. O Hospital Porto
Alegre tem convênio com a Prefeitura. Ver. João Antonio Dib, na Lei Orgânica do
Município diz que o Executivo Municipal tem que oferecer Saúde ao funcionário,
que é feita através de convênio com o Hospital Porto Alegre. Esse convênio já
têm mais de 20 anos, e, na sua época, na época do Alceu Collares, era por cinco
anos; agora é por seis meses. Ele venceu em dezembro, e não o renovaram! Quando
se tem um convênio desse porte por vencer, 90 dias ou 60 dias antes já é
necessário fazer o contato de ambas as partes, verificar se há interesse de
mantê-lo ou não. Verª Clênia Maranhão, nós viemos para cá, porque a
justificativa é que o assunto estava na Procuradoria... A Procuradora me disse:
“Não entrou aqui”. E foi atrás da Secretária da Administração, que disse que
antes de 15 dias não pode encaminhar isso à Procuradoria. Agora, o grave é o
seguinte: em janeiro, eles receberam referente a dezembro e agora não vão
receber, porque existe uma lacuna, e não pode ser retroativo! Como será feito
isso? Em que condições? A situação é de extrema gravidade no Hospital Porto
Alegre. Agora, há pouco, o Ver. João Carlos Nedel e o Ver. Sebenelo, que já vinham
tratando do assunto desde o ano passado e alertando o Executivo, tentaram falar
diretamente com o Prefeito. E nós aqui fazemos um apelo para que todos os
Vereadores - a Verª Clênia Maranhão, que está indo para o Executivo, o Ver.
Professor Garcia, que é o Líder do Governo - tomem providências! Não dá para
ficar esperando 15 dias, e a Secretaria da Administração diz que esse é o tempo
mínimo para que ela possa passar a questão para a Procuradoria, em que essa
deve ficar mais 15 ou 20 dias. Então, essa é uma situação de extrema gravidade;
nós estamos aqui prestando conta do trabalho da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, e estamos indo atrás. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta
dos trabalhos, Verª Clênia Maranhão, nobre colegas Vereadores e Vereadoras,
público que nos assiste, a Liderança do Democratas quer abordar um tema muito
preocupante em todos os Municípios de nosso País. Todos nós, homens públicos,
somos responsáveis, uns mais, outros menos - sendo que, a meu ver, o maior
responsável é o Presidente da República -, pelo que acontece neste País. Temos
o aumento dos homicídios, principalmente na nossa Cidade; temos o aumento de
vítimas de trânsito, de atropelamentos, cujo número de vítimas cresce ano a
ano, o que se torna mais preocupante agora, pois temos a volta às aulas. Já fiz
um Pedido de Providências ao Executivo Municipal, querendo saber do cumprimento
da Lei que aprovamos e que foi sancionada pelo Exmo. Sr. Prefeito sobre as
faixas de segurança da nossa Cidade. Diz aqui no jornal Correio do Povo de hoje
que a EPTC está promovendo - numa iniciativa louvável - o Projeto Volta às
Aulas, em que ela irá distribuir 5.000 cartões do “Amigo de Trânsito Seguro”,
mas a matéria não fala sobre as faixas de segurança. Foi dado um enfoque muito
grande na imprensa, principalmente na Zero Hora, sobre os acidentes de
trânsito, e foi informado hoje que 20% dos motoristas de Porto Alegre não usam
o cinto de segurança. Se fizermos, nas faixas de segurança, uma pesquisa, em
Porto Alegre, para ver quantos motoristas as respeitam, com certeza esse numero
passará dos 20% , no que se refere a motoristas que não usam seu cinto de
segurança. Temos, só neste ano, em Porto Alegre, dito pela EPTC, 118
atropelamentos, com cinco vítimas fatais e 134 feridos, sendo que dois foram
sobre uma faixa de segurança. Isso aconteceu lá no Menino Deus. As faixas de
segurança não são faixas de segurança, mas verdadeiras faixas de
insegurança para o pedestre. Então, estou aqui conclamando...
Tenho certeza de que a EPTC tem recursos, a
Prefeitura tem recursos, a Lei existe e, se ela existe, é para ser cumprida, e
temos de fazer uma divulgação a respeito das faixas de segurança. Os pedestres
têm de usar as faixas de segurança, e os motoristas devem respeitá-las. Isso
faz com que a Cidade seja uma cidade com um bom nível de vida, uma cidade de
povo educado, uma cidade em que nossos filhos possam transitar.
No despacho da EPTC sobre a volta às aulas diz que
vão fazer uma campanha para diminuir os acidentes e os atropelamentos no
entorno dos colégios públicos e privados da nossa Cidade. Nós temos dois
Projetos, Ver. Dib, aprovados, que são Leis, que o Prefeito sancionou: um sobre
- neste início das aulas - uma divulgação, uma educação sobre o uso e o
respeito às faixas de segurança; e outro que diz que, na frente de cada
colégio, de cada estabelecimento, tem que haver uma faixa de segurança, não só
para a segurança dos nossos filhos e estudantes, mas também para que sirvam
como sinalização educativa. E outro Projeto que corre aqui na nossa Câmara, de
nossa autoria, diz que no entorno, a 500 metros do portão de cada colégio, os
estudantes que moram nesse cinturão tenham condições de ir de sua casa até o
portão do colégio atravessando as ruas somente por faixas de segurança. Quer
dizer, nós nos antepusemos a isso que a EPTC tenta fazer hoje.
Agora, é lamentável o aumento dos assassinatos em
Porto Alegre. Isso nós sabíamos, nós já falamos aqui, aconteceu, inclusive, com
a minha neta e com a minha nora, que só não morreram porque o tiro não as
atingiu, senão não seriam 515 vítimas, seriam 517, porque Porto Alegre continua
sem ter o brigadiano na rua, a Cidade está totalmente deserta de segurança. Eu
sei que isso não é o primordial; culpados não são os agentes de segurança, não!
Culpada é a política de Segurança neste País. E aí eu coloco que na rua é o
contrário do que consta dessa pesquisa fantástica que estão revelando hoje. Mas
o que acontece? O Governo Federal só arrecada, e os Prefeitos e os Governadores
têm que executar as obras, têm que tomar as providências com 20% da arrecadação
de todo o imposto nacional. Se fosse o inverso, com certeza, nós teríamos uma
melhor qualidade de vida, teríamos menos homicídios, teríamos mais segurança
nas nossas cidades. Este é o apelo que eu faço ao Prefeito Fogaça, à EPTC:
vamos cumprir a Lei, vamos evitar atropelamentos, vamos salvar vidas, e,
conseqüentemente, vamos gastar menos com os atropelados, pois se gastam 50 mil
reais com cada atropelado. Com os 134 a soma vai a mais de seis milhões de
reais. Mas as cinco vidas, essas não têm preço. Muito obrigado pelo tempo a mais, nobre Presidenta, e pela
atenção dos nobres colegas.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Clênia Maranhão): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª
Presidenta, Vereadoras e Vereadores, eu gostaria de saber que tipo de
sentimento tem o cidadão, que tipo de gozo tem o cara que faz um povo ficar
subjugado a ele, às suas decisões, durante 49 anos. O que sente um cidadão no
exercício desse mandato de imposição, que prende, que proíbe, que não conhece a
palavra diálogo - é, diálogo! O camarada Fidel Castro nunca foi afeito a isso!
Nenhum tipo de ditadura deu certo, e eu fico encafifado, às vezes, é com a
contradição de alguns: eram contra a repressão militar, mas são favoráveis à
repressão civil do Comandante Fidel Castro. A liberdade dos povos sempre foi o
sonho da humanidade, e, graças a Deus, nesse quesito o Brasil vai bem, mas o
mesmo não podemos falar dos irmãos cubanos, um povo que foi subjugado durante
49 anos. Que tipo de satisfação tem o ser humano, autor dessa façanha? Pois é,
a gente experimenta na vida quase todos os tipos de satisfação interior, e
essa, a do Sr. Fidel Castro e de outros menos votados, eu ainda não consegui
entender e sentir. Por isso, quando o Comandante Fidel Castro pede a sua
aposentadoria da arrogância e dos atos de ditador, temos um momento para
refletir profundamente sobre a liberdade dos povos. Eu, particularmente, Luiz
Braz, não sei como me sentiria se fosse governado por um ditador, se a mim tudo
fosse proibido e que as minhas posições contrárias ao Sr. Comandante, ao chefe,
não sei mais lá o que, não pudessem ser expostas e discutidas.
Se
o sonho da humanidade é a liberdade, o Sr. Fidel Castro não colaborou em
absolutamente nada com isso, no meu canto de saudade. Não entendo, às vezes, a
idolatria pela qual se criam mitos em torno de contradições. O Sr. Fidel Castro
já vai tarde, e deveria ter levado junto seu irmão. Sabemos quão é possível um
grau de parentesco direto ser absolutamente igual, e, nas repercussões pelo
mundo na aposentadoria do Comandante, o nosso Presidente Lula fala por ele e
pelos brasileiros - diz ele. Acho que não por todos, pelo menos por mim não. O
Lula pode falar por ele e seus camaradas, não por mim.
Fidel
- Lula - não construiu a sua vida de ditador ajudando a humanidade e nem o seu
povo para ser líder dele; não mesmo! Fidel Castro impôs suas idéias com
perseguição aos que o contrariavam: prisão e morte para alguns. Nenhum povo,
ninguém foge de casa quando é tratado com respeito e dignidade. E, quando uma
figura asquerosa e maléfica como a do José Dirceu fala da sua gratidão por
Fidel Castro, reafirmo cada vez mais o que penso a respeito desse cara que um
dia, ao lado de Lula, teve nas mãos o comando do meu País. Que bom que o Lula
safou-se dele. Ou não! “Diga-me com quem andas e te digo quem és!” Os
companheiros de Lula não me dizem nada; aliás, me dizem muita coisa em termos
de formação de uma quadrilha, visando à perpetuação no Poder. Tudo muito
parecido com o jeito de governar desses ditadores de meia-tigela, que felizmente
estão desaparecendo com o tempo.
Meu
respeito aos cubanos, que não mereciam um líder como esse. País, povo, é uma
coisa; governo, é outra bem diferente. Fidel Castro, o arrogante e presunçoso
Comandante, já vai tarde!
O
Prefeito José Fogaça entregou hoje, às 10h30min, à comunidade da Vila Pinto, a
Escola de Educação Infantil Vovó Belinha. Com essa iniciativa, mais de cem
crianças de seis anos serão beneficiadas. A solenidade aconteceu na Rua Joaquim
Porto, Vila Nova, nº 143, Vila Pinto. Fogaça também faz! Boa-tarde.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores, ainda na madrugada de
ontem eu ouvia a repetidora dos terroristas internacionais, chamada Rede Globo,
falando sobre a questão da aposentadoria do camarada Fidel Castro, e falando de
uma forma depreciativa. Falando de uma forma que nós sabemos que esta ditadura
que nós vivemos neste País, através da pior intervenção, é aquela que nós não
conseguimos tocar, é aquela que nós não conseguimos mudar em absolutamente
nada, é aquela que entra todos os dias nos nossos lares e que faz a cabeça das
pessoas. Coloca o café da Xuxa e da Ana Maria Braga em cima da fome e da
miséria do povo trabalhador, coloca em toda América Latina, no mundo inteiro, a
miséria e a desgraça de uma cidadania, entre aspas, perpassada e assegurada
pela indústria bélica e do narcotráfico. Isso é a liberdade da grande América!
Quando nós falamos que esses monstros que financiaram os ditadores deste País e
de toda a América Latina, que mataram milhões nos cárceres, financiando, Ver.
Ervino Besson, e também ensinando a torturar, inclusive a envenenar, como foi o
caso do Jango, que foi assassinado por essas mesmas forças; como foi o caso de
Getúlio, que foi levado ao suicídio. Esses são os anjos do universo e que fazem
a cabeça de pessoas que acham que falam por si, como se elas não sofressem
influências, e como se elas, também, não recebessem essas influências,
inclusive nesta Casa.
A
ditadura que nos matou é a resistência que Cuba enfrentou contra os torturados
do mundo, contra aqueles que fizeram de Cuba e do mundo um grande cassino,
porque assim que era, Vereador. Agora, quando nós concebemos em um objeto, em
uma filosofia a questão do comunismo e o socialismo, onde os grandes reis da
comunicação, os intelectuais, seguidores dessa ideologia diziam que os
comunistas eram aqueles que queriam comer as criancinhas, que os comunistas
eram o grande problema da humanidade. Nós temos várias experiências no mundo,
apesar de toda a sua juventude, algumas que deram certo e outras não. Fica para
nós o exemplo de Cuba, onde 63% dos cientistas são mulheres; onde 61% dos
médicos são mulheres; onde 91% dos professores são mulheres. Fica o exemplo de
uma democracia interna jamais vista em qualquer lugar do mundo.
Quanto
a Fidel, eu tenho a dizer que, em muitos momentos, em algumas questões, eu
também discordei dele. Mas fica no mundo o maior estadista que também trouxe
para a humanidade exemplos jamais colocados em prática. Infelizmente, Jango não
conseguiu implementar a Reforma Agrária, quando discutia com Fidel e com Che
Guevara. Infelizmente, Lula ainda não conseguiu fazer isso. Mas nós temos
alguns ícones na humanidade: como Chávez, como na Bolívia e como tantos outros
exemplos que nós estamos fazendo aqui, como o nosso índio Evo Morales - o nosso
índio Evo Morales da nossa querida América Latina.
Para
terminar, meu caro Presidente, se as pessoas não querem ouvir alguns exemplos
de alguns seguidores e o que elogiaram no Brasil, quero falar aqui o que disse
Niemeyer em relação a seu companheiro e a seu camarada na citação que havia
sido incluída, inicialmente, em mensagem que o Líder cubano distribuiu em 17 de
dezembro, em que adiantava que seu dever elementar não era se perpetuar nos
cargos. “Ele foi generoso em me citar”, comentou Niemeyer. “Concordo com a
frase: o ser humano é tão insignificante, é preciso ser coerente até o final da
vida”. O triste é a falta de coerência. O triste é quando nós não temos claro
quem somos e o que fizemos. Fidel sabia! Fidel fez. E nós, no Brasil, Vereador
que me antecedeu aqui, estamos construindo esta saída. Se não for com Lula, com
certeza, a construção que estamos fazendo aqui, é para chegarmos lá. Mas ainda
bem que não temos aqui o bloqueio dos assassinos e terroristas do mundo, que
são os Estados Unidos. Um bloqueio terrorista, um bloqueio ditatorial, e nós
estamos, Vereador, encabeçando uma saída para a América Latina e para o mundo.
Por isso, meu camarada Fidel Castro, digo hoje com muita tranqüilidade e
carinho: Viva Fidel! Viva o Socialismo! E viva a Liberdade dos Povos! Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr.
Presidente, nos termos regimentais, solicito Tempo Especial para um
pronunciamento.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Concedido
a Vossa Excelência.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Tempo Especial.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queria saudar as
porto-alegrenses e os porto-alegrenses que acompanham os nossos trabalhos na
tarde de hoje e dizer que a solicitação deste Tempo Especial tem para mim um
significado muito grande. Como as Sras Vereadoras e os Srs.
Vereadores já têm conhecimento, recebi do Prefeito de Porto Alegre, José
Fogaça, a incumbência, a missão de ocupar, a partir do dia de amanhã, a
Secretaria de Coordenação Política e Governança da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Faço, portanto, neste momento, o meu pronunciamento, comunicando que
estou solicitando Licença para Ocupação de Cargo Público.
Queria,
neste momento, fazer alguns agradecimentos que, para mim, são muito
importantes: queria, primeiro, agradecer às mulheres e aos homens de Porto
Alegre pela confiança que depositaram em minha atividade política, elegendo-me
quatro vezes, para quatro mandatos consecutivos como sua representante neste
Parlamento. Queria principalmente agradecer àqueles e àquelas que 16 anos
atrás, quando eu ainda não era uma pessoa com um trabalho com a visibilidade
que tenho, acreditaram que era possível a minha caminhada até esta Casa.
Chegando aqui, pude desenvolver um aprendizado extremamente importante do ponto de
vista pessoal, e contribuir politicamente para o Município de Porto Alegre,
para a história e a luta das mulheres e dos homens do nosso Município.
Então, quero agradecer aos meus colegas da Mesa
Diretora da Casa; hoje ocupo a situação de Vice-Presidenta da Casa.
Estou também, neste momento, comunicando que estou
encaminhando a minha licença que propicia a vacância deste cargo, o que já foi
articulado pelo Ver. Garcia, hoje o nosso Líder de Governo, com o conjunto das
Bancadas da oposição e da situação, com a indicação do Ver. Claudio Sebenelo,
que ocupará, com o voto dos Vereadores, no dia de amanhã, esse lugar.
Quero fazer, neste momento, um agradecimento muito
especial ao meu colega de Bancada, o Ver. Elias Vidal, que teve uma postura
extremamente flexível, honesta, sincera, que permitiu a construção dessa
realocação de representações.
Queria agradecer a todas e todos os Vereadores
desta Casa, não apenas àqueles e àquelas com quem compartilho este mandato, mas
a todas e todos que, nestes 15 anos compartilharam comigo as nossas atividades.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento da oradora.) Verª Clênia Maranhão, para todos nós que fazemos
parte do Governo, e para nós que fazemos parte desta Casa, com toda certeza,
foi muito bom ter convivido com Vossa Excelência. V. Exª foi uma excelente
Líder que soube transmitir aqui os desejos, a vontade do Governo; soube muito
bem negociar todas as vezes em que foi necessário, e queremos dizer que, para
nós, será uma satisfação poder comparecer no seu ato de posse amanhã, lá na
Prefeitura Municipal. Até eu pediria que, se V. Exª pudesse, mudasse esse
horário das 15 horas, porque é um horário em que estamos aqui em Sessão, e vai
ser difícil, para nós, sair daqui para ir até lá. Então, seria muito bom,
porque tenho certeza de que os Vereadores desta Casa vão querer estar presentes
naquele momento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Ver. Luiz Braz.
O Sr. Professor Garcia: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Clênia, queremos
parabenizá-la e dizer, primeiramente, da alegria de conviver com V. Exª nesses
12 anos. E, quando V. Exª falava sobre quando entrou aqui nesta Casa e sobre a
questão da visibilidade, lembro que, no meu primeiro mandato, ainda ocupando o
outro plenário, tive a oportunidade e o aprendizado de sentar com V. Exª,
durante quatro anos, em convívio, porque eu era um Vereador que estava
entrando, não conhecia nada da Casa. Então, quero também fazer este registro.
Desejamos sucesso, sabemos da sua competência.
Quero dizer do aprendizado também que tivemos com a sua Liderança no Governo,
e, agora, recebemos essa missão. Então, na realidade, Verª Clênia, sucesso
nesse seu novo empreendimento junto ao Governo do Município.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Ver. Garcia.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Peço que a Verª Clênia Maranhão
tenha paciência, porque a fila vai ser longa, por vários motivos, mas, em
primeiro lugar, é a satisfação e a emoção de registrar, perante nossos colegas,
publicamente, a sua reconhecida bravura e dignidade, aliada a uma grande
capacidade de articulação. Apenas para que o nosso público entenda: todas as
mensagens do Poder Executivo foram aprovadas, quase que inteiramente graças à
habilidade de V. Exª.
Então, esta Casa fica, muitas vezes, com tristeza
pela sua saída, mas é também um momento de euforia por ter tido o privilégio de
conviver com uma figura humana maravilhosa que V. Exª é, mas, principalmente,
pelo exemplo que é, porque o que estamos precisando exatamente na política é
disso; o político tem que ser um exemplo, e V. Exª foi esse exemplo.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Minha cara Verª Clênia, diz a
história que choques de idéias acontecem com pessoas de grandeza, pessoas que
têm grande conhecimento, e isso V. Exª demonstrou.
Tenho certeza de que V. Exª ocupará um cargo de
grande importância para a cidade de Porto Alegre, e dará continuidade ao grande
trabalho que tem feito, até hoje, o nosso querido Busatto. Portanto, fica aqui
o nosso abraço, fica aqui a nossa torcida, e tenho certeza de que conhecimento
e grandeza não faltarão a V. Exª Um fraterno abraço.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito obrigada,
Ver. Ervino Besson.
O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Clênia, em nome da Bancada do
Partido Trabalhista Brasileiro, quero parabenizá-la por todo o serviço prestado
durante esses anos, nesta Câmara, e desejar sucesso nessa nova empreitada.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada, Ver.
Nilo Santos. Muito obrigada.
A
Srª Margarete Moraes: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Srª Verª Clênia Maranhão, em
nome da Bancada do meu Partido, do Partido dos Trabalhadores, nós queremos lhe
dizer, embora todas as nossas divergências ideológicas - V. Exª defende muito
bem as suas, e nós pretendemos defender as nossas idéias -, que reconhecemos na
sua figura uma pessoa que ajudou a desbravar o mundo político para as mulheres
na nossa Cidade, junto com outras companheiras, em um momento que era muito
mais difícil do que hoje as mulheres atuarem no Parlamento. Reconhecemos a sua
dignidade, a sua firmeza, defendendo os seus pontos de vista. E, com certeza,
esses quatro mandatos honram a mulher e todas as pessoas, todos os cidadãos e
cidadãs no Parlamento do Rio Grande do Sul. Parabéns, nós lhe desejamos sucesso
em sua nova empreitada.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Verª Margarete Moraes.
O
Sr. Dr. Raul: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Clênia, eu gostaria de me
somar, de uma maneira muito forte, às manifestações anteriores, gostaria de
agradecer pela sua parceria, pela sua convivência, pela sua competência e lhe
desejar muito sucesso que, com certeza, não é só o seu sucesso, é o sucesso da
nossa Porto Alegre.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Ver. Dr. Raul.
A
Srª Maristela Maffei: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Clênia, eu quero, em
nome da Bancada do PCdoB, mas também muito pessoalmente, lhe agradecer os
ensinamentos que nós tivemos nesta Casa, especialmente com relação às questões
de política de gênero e em relação aos direitos humanos. É raro. Às vezes, a
gente diz que há várias mulheres, e quase todas nós fechamos na mesma
caminhada, independente de onde nós estamos. Eu sou testemunha e falo com muito
carinho e muita lealdade da sua sinceridade em tudo aquilo que protagonizou
nesta Casa, no sentido dessa troca de sinergia do aprender. Então, é muito
pertinho, mas é que aqui a gente convive muito mais do que em nossa própria
casa, então não há como nós não sentirmos um aperto no coração. Nós a perdemos
aqui, mas ganhamos lá no Paço Municipal com relações àquelas pessoas que irão
lhe procurar, dar seguimento aos trabalhos e às relações que nós tínhamos antes
com o Cézar, e que, agora, vamos ter contigo. Obrigada.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Verª Maristela Maffei.
O
Sr. Haroldo de Souza: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Clênia, a gente vai
continuar por aí se encontrando. Eu só quero dizer que é bom fazer política com
V. Exª, com o seu marido, o “foguetinho” do Cézar Busatto. A gente vai sentir
saudade, mas vamos continuar torcendo e interligando as nossas idéias.
Obrigado.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada, Ver. Haroldo de Souza.
Então,
Sr. Presidente, agradecendo... Ver. João Antonio Dib.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Clênia Maranhão,
em nome da Bancada do Partido Progressista, quero lhe desejar todo o sucesso na
sua nova caminhada.
E,
como Vereador mais antigo nesta Casa, e que passou por tantas funções do
Executivo, quero lembrar a V. Exª a lição do mestre e guru indiano que disse
para aquele homem cheio de problemas: “Simplifica, meu filho; simplifica!”
Quanto mais simples forem as soluções, mais rápido nós teremos resolvido, e
muito menos trabalho a senhora passará.
Sei
que a senhora tem competência e vai fazer isso. Obrigado.
Saúde
e PAZ!
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada,
Vereador.
E
levarei, seguramente, esse ensinamento de V. Exª.
O
Sr. Elias Vidal: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Clênia, eu não tive o
privilégio de escutar a sua fala desde o início, estava atendendo a uma família
cujo filho está com problema de drogas, mas não poderia deixar de vir aqui e
fazer o meu agradecimento, não só como representante de um Partido, mas pela
pessoa que V. Exª representou e representa na vida deste Parlamentar, com seus
ensinamentos, seu conhecimento, sua liderança, sua sensibilidade em defender
com tanto ardor as causas dos necessitados.
E,
também, a experiência política acumulada ao longo desses mandatos todos que a
Vereadora foi conquistando, sendo um orgulho e uma honra muito grande para
todos nós, Vereadores, partilharmos dessa experiência.
Eu,
particularmente, agradeço a V. Exª e desejo sucesso na sua nova etapa de
trabalho, e nós ficaremos, aqui, torcendo pela sua vitória, e nos colocando à
disposição. O nosso muito obrigado.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Obrigada, Vereador.
Eu
estava agradecendo a todas as Sras e Srs. Vereadores, ao conjunto
dos Vereadores da Oposição, com os quais dialogamos, divergimos e construímos o
aprimoramento de várias legislações para a nossa Cidade.
Queria
saudar, de forma especial, todos os Líderes de Bancadas, com os quais
trabalhamos muito, meus dois vice-líderes nos três últimos anos, a Verª Mônica,
hoje Secretária, o Ver. Mario Fraga; mas queria fazer uma saudação muito
especial, um agradecimento muito especial, aos funcionários da Câmara Municipal
de Porto Alegre. Esta Casa é um lugar onde pude, Sr. Presidente, reafirmar o
conceito que tenho em relação à questão pública e aos seus servidores.
Eu
queria, então, agradecer por todo o apoio, a infra-estrutura que nos foram dados pelos
técnicos, pelos profissionais desta Casa, pelos seus Diretores, pelas suas
Diretoras, pelos Assessores das Comissões Técnicas, enfim, por todas as pessoas
que acompanham as nossas atividades do plenário, quer sejam os nossos
Assessores Parlamentares, os Seguranças desta Casa, as pessoas dos serviços
gerais, do café, que mesmo com tão pouca tecnologia, nos serviam, nos atendiam.
Enfim, eu acho que esta Casa é um lugar onde, desde a entrada, do porteiro, até
o último andar, encontramos pessoas com duas características fundamentais para
estarem na área pública: competência e dedicação à causa pública.
Enfim, em nome de todos os Vereadores e Vereadoras,
eu queria agradecer ao conjunto do Parlamento desta Casa, dizendo que há 15
anos, embalada pelo sonho de representar as expectativas e esperanças das
mulheres e dos homens do nosso Município, ocupei, pela primeira vez, uma
cadeira na Câmara Municipal de Porto Alegre. Iniciava uma nova fase do meu
trabalho político, em continuidade ao que antes já desenvolvia em nossa
sociedade, desde os longos e difíceis anos do autoritarismo e prossegui nestes
tempos de democracia no nosso País. Em cada dia, e em todos os dias dos meus
quatro mandatos consecutivos como Vereadora de Porto Alegre, procurei ser fiel
à minha história e representar a todas e a todos que depositaram em meus
mandatos suas demandas, expectativas e esperanças.
Tenho para com Porto Alegre e para com todos que me
acompanharam nesta inesquecível etapa da minha vida, uma dívida impagável, uma
gratidão incomensurável, uma antecipada saudade.
Procurei imprimir ao Parlamento, através dos meus
mandatos, ações voltadas às demandas cotidianas das pessoas que vivem em nossas
comunidades, aos projetos de desenvolvimento de Porto Alegre e à construção de
compromissos do Parlamento local com os direitos humanitários, os sonhos de
futuro e com um mundo de igualdade, de aceitação, de justiça e de paz.
Estou me licenciando do meu mandato na Câmara de
Vereadores, neste momento, e reafirmo, nesta oportunidade, meus compromissos com a minha querida Porto
Alegre, contando com as parcerias que sempre mantivemos. Por convite do
Prefeito José Fogaça - como já falei -, estarei à frente da Secretaria de
Coordenação Política e Governança Local da nossa Prefeitura; sigo no mesmo
caminho, apenas em um outro espaço institucional. Digo a vocês que estou muito
feliz, instigada por um novo desafio, porém essa alegria está mesclada de uma
nostalgia não muito clara, uma saudade não compreendida, algo que lembra o
sentimento expresso no poema do nosso querido Poeta Mário Quintana que fala da
nossa Cidade; dizia o grande Poeta: “Sinto uma dor infinita/ das ruas de Porto
Alegre/ onde jamais passarei”. Obrigada Porto Alegre, uma gratidão eterna.
(Palmas.)
O
Sr. José Ismael Heinen: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Clênia Maranhão, não
poderia deixar - vim correndo, estava atendendo no gabinete - de vir
parabenizar e dizer da alegria que eu tive de aprender o pouco que eu sei de
ser Vereador com V. Exª na Liderança da Bancada do Governo. Desejo-lhe sucesso.
Sucesso contínuo. Sucesso. Muito obrigado. Parabéns.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srª
Vereadora, quero me somar a todas as manifestações das Lideranças, desejando a
V. Exª muito sucesso nessa nova missão, porque tem sido uma guerreira nas lutas
da humanidade, e muito especialmente nas lutas da Cidade de Porto Alegre.
Portanto, sucesso! Esteja certa de que sempre terá nesta Casa uma pronta abertura
para os bons debates da Cidade. Sucesso e parabéns.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Muito
obrigada a todas as Vereadoras e Vereadores. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3740/05 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 183/05, de autoria da
Verª Neuza Canabarro, que dispõe sobre a utilização de
semáforos com temporizador de contagem regressiva no sistema de controle de
trânsito de veículos no Município de Porto Alegre.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Nilo
Santos: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do
Dia em 20-02-08.
Na apreciação do Veto,
vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia:
23-02-08 (sábado).
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o Projeto de Lei do Legislativo nº
183/05, com Veto Total, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que dispõe sobre a
utilização de semáforos com temporizador de contagem regressiva no sistema de
controle de trânsito de veículos no Município de Porto Alegre. (Pausa.) A Verª
Neuza Canabarro está com a palavra para discutir o PLL nº 183/05, com Veto
Total.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores. Nós estamos aqui com um Veto Total ao Projeto de Lei do
Legislativo, de minha autoria, que dispõe sobre a utilização de semáforos com
temporizador de contagem regressiva no sistema de controle de trânsito de
veículos no Município de Porto Alegre. Este Projeto é embasado em quê? No alto
índice de acidentes de trânsito pela ultrapassagem, quando já está mudando o
sinal. Todos os Municípios que implantaram, Ver. Haroldo de Souza, o
temporizador, que é aquele aparelhinho que marca 20 segundos, 19 segundos, 18
segundos, quantos segundos faltam para mudar o sinal, que é extremamente barato
e foi aprovado por esta Casa pela maioria absoluta... Este Projeto foi vetado
pelo Prefeito. Agora, o que nos deixa mais indignados, Ver. Sebastião Melo, é
que o nosso Partido faz parte da base de Governo! Ver. Guilherme, nós não fomos
chamados para que nos dissessem: “Esta insignificância, que vai reverter para a
saúde, para a vida das pessoas; nós não vamos colocar”. Mas, pelo menos, que
avisassem. Não, nós fomos surpreendidos por um Veto Total.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado pelo aparte, Verª
Neuza. Seria bom que a senhora pudesse expor as razões por que o Executivo está
vetando, uma vez que esta tem sido uma iniciativa de várias cidades gaúchas, da
Região Metropolitana, e de Santa Catarina. É uma iniciativa, como a nobre
Vereadora expôs, muito bem-vinda para prevenir acidentes de trânsito. Gostaria
de ouvir o que o Governo está alegando.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Eu
nem estou aqui no momento com o Processo - eu não sei se poderiam me alcançar.
Eu já estou acostumada, eu já tive o veto do nosso Projeto de distribuição dos
medicamentos em casa. O Executivo se comprometeu, Ver. Luiz Braz, de mandar o
Projeto; mandou o Projeto. Eu fiz Emenda, deixei tal qual o nosso Projeto. A
Governadora passou o ano de 2006 dizendo, no seu programa eleitoral, que ia
implantar no Rio Grande do Sul a distribuição do medicamento em casa. Nós
aprovamos, em 2005, e até hoje não está em execução. O que nós podemos esperar,
meu Deus do céu?! E outra, nós temos uma auditora da Secretaria da Fazenda do
Estado, que é autora de um livro - Ralos do Dinheiro Público -, e um dos ralos
que ela aponta são os medicamentos. Neste caso aqui, o alto índice de acidentes
faz com que se tenha necessidade, as pessoas estão vindo com pressa, o sinal
está aberto, têm necessidade de saber se há tempo de passar ou não. Agora, é
algo tão simples que me disseram que não passa de trinta e oito reais por
sinaleira. Ora, depois quando vemos os acidentes, principalmente com
motocicletas que ultrapassam o sinal, nós não estamos entendendo que rumo
tomaremos. Não tive Líder de Governo; não tive Secretário de Gestão, Secretário
daqui e dali, porque há muita gente para mexer nessa panela, para avisar, pelo
menos: “Olha, vamos vetar”. Mas vetar, por quê? Porque não nos interessa a vida
das pessoas, não nos interessa um temporizador; o que interessa são outras
coisas, porque, lamentavelmente, nós estamos vivendo um momento em que a
política é virtual, só querem televisão, brilhatura para rádio e televisão.
Agora, o que é sério, o que se faz aqui no dia-a-dia para atender o cidadão, o
cidadão que está nas ruas, nós não temos. Agora, como diz o Tribunal Regional
Eleitoral: estou de olho neles. E eu estou de olho neles!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 183/05, com Veto Total.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Presidente, Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, Verª Neuza Canabarro, fala aqui um Vereador que é um
admirador seu desde a época em que V. Exª mostrava a sua capacidade, a sua
competência como Secretária de Educação, tanto do Município como do Estado.
Fala também um admirador desse sistema de semáforos com contagem de tempo
regressiva, porque nos cruzamentos de algumas cidades - principalmente em Santa
Catarina, onde eu vejo muito esses semáforos - eles facilitam a vida de quem
está dirigindo automóvel. Isto porque nas travessias nós podemos saber
exatamente o tempo necessário para atravessar um determinado cruzamento.
Com
toda a certeza, eu tenho muita simpatia pela idéia e pela autora da idéia, que
eu julgo ser uma das pessoas mais inteligentes deste Plenário. Se V. Exª, numa
simples tratativa com o Executivo, tivesse recebido um OK, e, sem a necessidade
de apresentação do Projeto, o Município tivesse adotado essa sistemática, eu
acredito que o Município estaria ganhando. Só que hoje nós estamos tratando de
legislação. E como nós estamos tratando de legislação, eu tenho que me adequar
àquilo que nós podemos ou não fazer como Legisladores Municipais.
Estava
vendo uma das razões do Veto oposto pelo Sr. Prefeito Municipal. Ele elenca o
art. 22 da Constituição, que tem aquelas competências privativas da União para
legislar. E realmente uma das competências privativas da União para legislar é
sobre trânsito e transporte. É do art. 22 - não me lembro agora o inciso -, em
um dos incisos do art. 22, e sendo assim, de forma legislativa, eu realmente
não vejo um meio de obrigarmos o Executivo a adotar esta sistemática, que acho
que seria muito boa para a nossa Cidade. Eu não vejo como podemos legislar, a
não ser que houvesse realmente este entendimento - e V. Exª disse que tentou
fazer o entendimento com o Executivo -, e eu acredito que não precisaria nem
mesmo termos aqui uma legislação que o obrigasse. Ele poderia realmente
assumir, dentro da política de trânsito do nosso Município, que os novos
semáforos fossem estes de contagem regressiva, porque eu acho que seria
realmente um avanço para a nossa Cidade. Mas aqui, Verª Neuza - e eu tenho V.
Exª como amiga -, estamos tratando de um Veto para um Projeto de Lei que trata
de uma matéria em que acredito que, quando fala da impossibilidade de legislar,
tem razão o órgão Executivo quando opõe o veto.
Acho que V. Exª, quando quer melhorar as travessias
que temos em nossa Cidade e fazer com que nos cruzamentos tenhamos maior
segurança, tem razão quando tenta, de alguma forma, alertar a Municipalidade
que existe uma maneira melhor de “semaforizar” o tráfego em nossa Cidade. Mas
neste Veto oposto pelo Sr. Prefeito com o argumento elencado, que é exatamente
da competência privativa, que está lá no art. 22 da Constituição, eu realmente
fico impossibilitado de acompanhar V. Exª em seu pensamento correto, que é o de
tentar melhorar Porto Alegre com relação aos sinais. Legislativamente, eu fico
realmente sem a possibilidade de derrubar o Veto e vou-me posicionar exatamente
de acordo com o que tecnicamente tenho que fazer, que é aceitar o Veto da forma
como ele foi oposto, minha querida amiga, Verª Neuza Canabarro.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, antes de passar a palavra ao próximo orador, quero ratificar dois
convites: amanhã, às 9 horas
haverá um debate com a presença da direção da PROCEMPA e os técnicos que
atendem a esta Casa, muito dos senhores Vereadores têm interesse nesta matéria.
Então, ratifico o convite, às 9 horas, reunião com a PROCEMPA, no Plenário Ana
Terra, para discutir a Tecnologia da Informação e a relação com a PROCEMPA. E,
às 10 horas, tem uma Audiência com a Defensora Pública Geral, para tratar sobre
Regularização Fundiária, lá na Defensoria. Gostaríamos de contar com a presença
dos Vereadores que tiverem interesse em participar.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 183/05, com Veto
Total.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores que estão nos acompanhando pelo Canal 16; o Projeto ora
apresentado pela Verª Neuza Canabarro vem dialogar com o mais de 18% dos
cidadãos e cidadãs que têm algum problema de deficiência no nosso País, mais
precisamente, em Porto Alegre. O Projeto da Verª Neuza Canabarro vem dialogar
com aquela Comissão constituída nesta Casa há mais de três anos, que inclusive
deu indicativo de criar o Conselho Municipal dos PCDs. Pois foi naquela época
do debate, com a nobre Vereadora como Relatora, e este Vereador como
Presidente, que surgiu a iniciativa e a sugestão de fazer com que o Governo
Municipal pudesse cumprir com as leis federais e que destinasse recursos
inclusive à Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social que, por
sua vez, não tinha sequer algum ponto de contrapartida ou de orçamento
destinado a essa Secretaria.
Se
nós observarmos que grande parte desses projetos, que seriam constitucionais
sim, porque a Lei federal o determina, como determina, por exemplo, que as
empresas que têm mais de mil funcionários devam direcionar 5% das vagas às
pessoas com deficiência, que, por sua vez, não cumprem e o que nem sempre é
fiscalizado; e que a Delegacia Regional do Trabalho, a DRT, está tentando
fazer, mas que, por parte do pessoal, segundo eles, ainda não é possível
fiscalizar todas as empresas.
Aqui
na cidade de Porto Alegre só tem dois semáforos com temporizador, e nós temos
mais de 180 mil pessoas com algum problema de deficiência. Vamos dizer
que dessas 180 mil pessoas, 1%, ou nem isso, sejam pessoas com deficiência
visual. Portanto, não há como eles atravessarem uma rua, Ver. Carlos
Todeschini, se não há alguém que venha a se solidarizar, ajudá-los a
atravessarem a rua, se não houver uma sinaleira com temporizador.
Portanto,
sobre a demonstração do Prefeito Municipal - poderia ser qualquer Perfeito - eu
seria contra, porque não há nenhuma demonstração clara e precisa, inclusive,
nem a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social foi consultada
para fazer com que este Projeto pudesse vingar. Então não é justo que nós,
enquanto Vereadores, adotemos comissões para discutir políticas de inclusão
social e, logo ali adiante, Vereadora Neuza Canabarro, aquele que rege a
política do Município vá contra aquilo que propomos enquanto Legislativo, ou
seja, não institui políticas de inclusão social, como é o caso específico das
sinaleiras ou dos temporizadores. No mínimo 10% desses locais deveriam ser
sinalizados por temporizador. Nós temos duas sinaleiras com temporizador em
Porto Alegre para uma população de um milhão e 400 mil pessoas! Realmente, é
difícil acreditar que existe sinalização que venha ao encontro de pessoas com
mais necessidades.
É
por isso que tenho certeza de que nossa Bancada irá acompanhar, conforme a
nossa Líder, Verª Margarete Moraes, sinalizou há pouco, pois não há como
aceitar o veto do Prefeito, porque temos que ter o mesmo discurso de quando
aprovamos o Projeto e de quando queremos implementar as políticas para as quais
tanto lutamos, pois queremos defender a inclusão social de todos os cidadãos.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 183/05, com Veto Total.
O
SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Verª Neuza
Canabarro, as coisas estão cada dia mais difíceis,
porque a maioria dos agentes, dos gestores municipais desta Administração tem
uma incapacidade profunda, um defeito de origem, está no seu DNA, de sempre
estar de costas para a Câmara Municipal, de não dialogar com os Vereadores, da
auto-suficiência, da prepotência; para falar com um Secretário é um
deus-nos-acuda, só de última hora mandam alguém para uma região, para tratar de
algum tema; tomam-se decisões, Verª Maria Celeste, que não têm base real, que
não têm diálogo. As comunidades estão apavoradas, porque, se o Governo não
dialoga com um Vereador da sua base acerca de um veto, imagine o que esse mesmo
Governo faz com o conjunto da população.
Eu não entendo por que Porto Alegre tem um problema
com a modernidade, uma negativa profunda em se modernizar, em caminhar para
frente, em atender àquilo que é básico para as pessoas. Nós já temos cidades do
interior do Estado que têm esse tipo de sinaleira. Porto Alegre está ficando
para trás; Porto Alegre deveria ser a vanguarda, o tambor do Rio Grande,
ressoando por todos os cantos com aquilo que há de melhor, de mais avançado, de
mais moderno, de benefícios ao conjunto da população. Hoje nós temos uma Cidade
com acidentes, com meio-fio não pintado, com faixas de segurança apagadas e com
sinaleiras do tempo do “ariri”. Não tem cabimento, não tem cabimento!
Por
isso eu quero dizer à Verª Neuza Canabarro que nós não aceitamos o Veto Total.
Nós queremos discutir, inclusive, a questão de circulação, transporte e
mobilidade urbana no Plano Diretor, porque a pobreza do Plano Diretor no tema
de circulação é algo impressionante! Eu imagino, há alguns anos, quando o Ver.
João Dib se formou na faculdade de Engenharia - nós não tínhamos os modernos
instrumentos da comunicação, da computação e, principalmente, da computação
gráfica - o quanto era difícil lidar com trena, com metro, com nível, com
circunferências, com compasso, e agora, Ver. Todeschini, temos modernidade,
temos a microeletrônica, temos o instrumental da informática, sofisticados softwares,
e nós não conseguimos sincronizar sinaleiras. Nós temos sinaleiras do “tempo do
onça” e nós estamos teimando em ficar com o atraso. Eu não ficarei com atraso,
eu fico com a modernidade, eu fico com o Projeto da Verª Neuza Canabarro. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 183/05, com
Veto Total.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Ver.
Sebastião Melo, Vereadoras, Vereadores e os que acompanham esta Sessão, quero
dizer também, Verª Neuza, que creio que o Prefeito não deve ter lido quando
assinou o Veto. Aliás, este Governo, quando vai escrever, é um desastre! Logo
mais vamos discutir, de novo, a questão do Projeto Integrado Socioambiental,
que vem pela décima, décima quinta vez para cá, porque vem sempre errado! Há
pouco tempo um Veto foi derrubado em acordo, porque as razões eram completamente
estapafúrdias, um veto que reorganizava o Conselho Deliberativo do DMAE. Lendo
o que está escrito, Verª Margarete, também não há razões legais e
constitucionais que sustentem o Veto, muito menos orçamentárias e de infração -
as competências e as autoridades dadas pelo art. 94 da Lei Orgânica -, porque a
Verª Neuza, quando diz que devem existir no Município de Porto Alegre
sinaleiras com temporizador, está criando uma regra geral para a Cidade, uma
regra de aplicação de uma tecnologia que vem ao encontro deste momento e do
futuro, inclusive ela tem toda a legislação anexada ao Processo, porque quando
as últimas leis foram feitas, não existiam sinaleiras com temporizador, existiam os três
tempos. Quando o Dr. Bertotto regrou e legislou sobre a matéria, era em outro
tempo. E, portanto, caem também os argumentos de que o Município não tem
competência para legislar sobre essa matéria, porque, Verª Neuza, essa matéria
é assunto de interesse local - art. 30 da Constituição Federal, incisos V e VI.
Portanto, exagera, afronta e, de novo, age de modo autoritário. Eu acho que o
Prefeito, sinceramente, não deve ter lido esse Veto que foi assinado, porque as
razões apresentadas por escrito não se sustentam! Pode, sim, a Ver. Neuza,
propor uma iniciativa desse tipo, porque ela diz que há uma regra geral em
Porto Alegre no sentido de que os semáforos devem ter temporizador regressivo.
Isso já existe em Cachoeirinha, em Jaguaruna, Adeli, existe em qualquer
cidadezinha do Brasil, e nós estamos aqui com a perpetuação do atraso e da
arrogância, porque aqueles que disseram em campanha que iriam valorizar esta
Casa, a Câmara de Vereadores, não o fazem, só o fazem quando é do interesse de
seus projetos, não é, Verª Neuza? Estão vetando uma matéria que pode ajudar a
Cidade a prevenir a violência, especialmente a violência no trânsito, que mata,
mutila e é uma preocupação constante nas nossas cidades.
E mais, quando nós derrubamos um Veto do Prefeito
aqui, no ano passado, por consenso, sobre a questão do DMAE, o Prefeito depois
não sancionou a Lei. A matéria teve que vir a esta Casa para que a Verª Maria
Celeste, como Presidente, fizesse a promulgação da Lei. Mas, pasme, Verª Maria
Celeste, agora a Lei não está sendo cumprida! Estou em tratativas com o
Governo, e, caso não seja dada a posse para os Conselheiros do Conselho
Deliberativo do DMAE, instituído, vou recorrer à Justiça na próxima semana,
porque está sendo descumprida a Lei. Não cabe ao Município abusar da forma como
está abusando. Portanto, estamos aqui para exigir o respeito aos Vereadores,
exigir o respeito a esta Casa, e fazer com que aqueles que estão aqui,
contribuindo para a melhoria da Cidade, tenham respeitada a sua vontade e a vontade coletiva,
porque as Leis aqui aprovadas não são mais de um ou de outro Vereador, são do
conjunto da Câmara e para o conjunto da Cidade.
Concluindo,
votaremos unidos na Bancada, Ver. Adeli Sell, conforme anunciado, pela
derrubada do Veto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 183/05, com
Veto Total.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
eu era Secretário do Governo, quando um Juiz de Direito, aposentado, exercendo
o seu direito de advogar, trouxe à minha presença um servidor com problema.
Ouvi-o com a atenção que ele merecia, como mereceria qualquer outro cidadão, o
que é evidente, e disse a ele: “Está resolvido”. E ele me pediu que eu
escrevesse isso. Eu disse: “Sr. Juiz, eu não posso escrever ‘está resolvido’,
eu vou ter que justificar uma série de coisas, e depois, quando eu for
interpretar, eu posso me equivocar e já não está mais resolvido. O senhor quer
a minha palavra ou a minha assinatura?” Ele disse: “A sua palavra”. Eu disse
então: “Está resolvido”.
E à nossa futura Secretária de Coordenação Política e Governança eu dei um Conselho: “Simplifica, minha filha; simplifica”. As razões do Veto dizem que o Projeto de Lei que ora é objeto de veto total padece de vício de inconstitucionalidade e inorganicidade, pois afronta a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, bem como normas da legislação federal, precisamente a competência privativa da União para legislar sobre o trânsito e transporte, conforme prevê o art. 22 da Carta Maior. O presente Projeto, diz adiante, “visa legislar na área de transporte público, tendo por finalidade específica adequar os semáforos existentes, incluindo temporizador de contagem regressiva, a fim de proporcionar tanto ao pedestre, quanto ao motorista, saber o tempo disponível para efetuar os cruzamentos”. É claro que é de competência privativa da União legislar sobre matéria que afeta o trânsito e o transporte, conforme o disposto. Eu vejo nas justificativas que o antigo Código de Trânsito, por Resolução do Contran, aprova (Lê.): “... para fins de instalação no Território Nacional, a critério e sob responsabilidade dos respectivos órgãos de trânsito com circunscrição sobre as vias, o semáforo convencional com informação auxiliar de tempo”. O novo Código de Trânsito Brasileiro traz, no art. 80, (Lê.): “... somente é permitida a utilização de sinalização autorizada pelo Contran, e que, mediante Decisão nº 02/96, tal órgão aprovou a instalação do semáforo convencional com informação auxiliar de tempo em todo o Território Nacional”.
(Não
revisado pelo orador.)
A Verª Neuza Canabarro
está propondo ao Município que ele estude a possibilidade de incorporar, no
equipamento de segurança pública de trânsito, a sinaleira que oferece
visualmente uma contagem regressiva na mudança do sinal do verde até o
vermelho. Nós temos identificado... e o maior veículo de imprensa do Rio Grande
do Sul está fazendo uma grande campanha pela segurança no trânsito. Portanto,
sendo a Verª Neuza uma legisladora, inclusive da base do Governo, no mínimo -
no mínimo -, do ponto de vista deste Vereador, que é da oposição, o Governo
deveria tê-la chamado para... Se for identificado que o Projeto tem um grau de
inconstitucionalidade, no mínimo, deveria tê-la chamado. Para quê? Para
analisar essa proposta de inovação tecnológica para que a Cidade saia ganhando,
e não fazer todo um trâmite administrativo, envolvendo procuradores, advogados,
envolvendo esta Câmara, envolvendo a nossa Diretoria Administrativa para tratar
de um Veto. Se fosse um Veto a um Vereador da oposição, que não tem chance,
mesmo nós sempre nos propondo a fazer essa construção - e sempre nos propusemos
a isso -, tudo bem. Então, nós temos que discutir neste Projeto, sim, o caráter
da inovação tecnológica num primeiro momento. E aí, Ver. João Antonio Dib, o
seu Secretário Senna vai para a imprensa fazer todo o alarde no sentido de que
agora vai criar a “onda verde” em Porto Alegre. A “onda verde” nada mais é do
que as sinaleiras sincronizadas, Projeto que nós deixamos funcionando em toda a
Cidade, e que a falta de gestão administrativa da SMT não fez funcionar durante
este período! E o trânsito acaba sendo o que é: ficando congestionado, Verª
Maria Celeste. Ocorreu o “apagão” no trânsito de Porto Alegre; o primeiro
“apagão” na história do trânsito de Porto Alegre ocorreu sob a gestão do
Secretario Senna, na Gestão do nosso Exmo. Prefeito José Fogaça.
Portanto, Ver. João
Antonio Dib, este Projeto da Verª Neuza é uma sugestão de inovação tecnológica.
O
Sr. João Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, o
Secretário Senna está propondo não a “onda verde”, e sim a sinaleira
inteligente, que funciona em razão do fluxo de veículos, num ou noutro sentido.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 183/05, com Veto
Total.
A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; neste momento de discussão do Veto ao
Projeto da Verª Neuza Canabarro, que dispõe sobre a instalação de semáforos
contendo temporizador de contagem regressiva no Município de Porto Alegre -
mediante licitação, obviamente -, queremos discordar do Veto oposto pelo
Prefeito José Fogaça, porque discordamos de todas as suas razões.
Em primeiro lugar, em relação ao mérito. É um
Projeto muito singelo, Verª Neuza Canabarro, mas muito útil, porque poderá
evitar acidentes, salvar vidas, a um custo muito baixo para o Município. Aliás,
acho que, envolvendo vidas, não se pode pensar em custo, porque se trata de um
Projeto que avisa aos motoristas quanto tempo falta para haver a mudança de cor
do semáforo; orienta os motoristas. Trata-se de um Projeto republicano, um
Projeto universal que atinge toda a Cidade, portanto é de interesse público,
local, para todos e todas.
Quando governávamos, ouvíamos uma crítica, dizendo
que nós pensávamos pequeno - não é, Ver. Adeli? -, que gostávamos apenas de
pintar o meio-fio das calçadas, e agora nem isso não fazem! Não há capricho,
não há cuidado com a Cidade, que é um patrimônio público, não é do Prefeito, é
de toda a população de Porto Alegre, de todas as pessoas que pagam seus
impostos.
Então, mais do que tudo, hoje devemos pensar no
futuro da nossa Cidade, devemos apresentar outras soluções compatíveis com a
nova ciência e a nova tecnologia, com as soluções advindas dos meios
eletrônicos. Nós temos um Vereador que entende e se preocupa muito com os meios
eletrônicos, que é o Ver. Newton Braga Rosa, e tantos outros, porque queremos
sempre aprender.
Esses meios, esse avanço da ciência e da
tecnologia, deve servir sempre para o bem da humanidade, é isso que temos que
fazer, não é para a gente discursar ou para apenas aprendermos na academia: se
a academia não está à disposição da população, não tem sentido nenhum o avanço
da ciência.
Então, a Verª Neuza propõe sinaleiras inteligentes
que já existem em cidades bem menores do que Porto Alegre, como Cachoeirinha,
que nos dá um belo exemplo. Agora, eu acredito que, se ela propõe sinaleiras
inteligentes - o que não é nada inteligente é este Veto do Prefeito: ele propõe
a estagnação, propõe deixar tudo como está, simplesmente isso. Eu acho que isso
não é bom para nenhuma gestão na cidade de Porto Alegre, os gestores devem
cuidar do presente e devem começar a garantir o futuro da Cidade, devem
apresentar planejamentos estratégicos que fortaleçam uma Cidade cada vez mais
confortável, com menos violência e mais qualidade de vida.
Como muitos já se referiram, a Bancada do Partido
dos Trabalhadores vai votar contra o Veto Total oposto pelo Prefeito José
Fogaça. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a
discussão. Em votação o PLL nº 183/05. A Verª Neuza Canabarro está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 183/05, com Veto Total.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu estou
procurando entender esta Casa Legislativa, Ver. João Antonio Dib. Nós temos,
para a votação de um Projeto, a discussão, o encaminhamento, a votação. E fui
procurar os registros da
votação desse Projeto. O Ver. Haroldo de Souza estava ausente nesse dia, não
votou; o Ver. Sebastião Melo se absteve; os 34 Vereadores presentes votaram. E
os telespectadores podem estar pensando que esta Vereadora está fazendo o que
não deve. Não, eu fui acompanhada por mais 33 Vereadores. Todos votaram a favor
desse Projeto, porque acreditavam que o temporizador iria diminuir o número de
acidentes nas ruas de Porto Alegre, e isso é essencial à vida, essencial ao
cidadão. E nós temos que gastar é nisso! Na Conferência das Cidades, por
exemplo, um palestrante comentou: “Viajam demais! Prefeito viaja demais!
Secretário viaja demais!” Mas não há recurso para o temporizador.
Estavam
presentes os seguintes Vereadores: Ver. Guilherme Barbosa, Ver. José Ismael
Heinen, Verª Maristela Meneghetti, Verª Maristela Maffei, Ver. Ervino Besson,
Ver. Mario Fraga, Ver. Mauro Zacher, Ver. Nereu D’Avila, Verª Neuza Canabarro,
Ver. Bernardino Vendruscolo, Ver. Dr. Raul, Ver. Professor Garcia, Ver. Claudio
Sebenelo, Ver. João Antonio Dib, Ver. João Carlos Nedel, Ver. Newton Braga
Rosa, Verª Clênia Maranhão, Ver. Elias Vidal, Ver. Valdir Caetano, Ver. Luiz
Braz, Ver. Adeli Sell, Ver. Aldacir Oliboni, Ver. Carlos Comassetto, Ver.
Carlos Todeschini, Ver. Marcelo Danéris, Verª Margarete Moraes, Verª Maria
Celeste, Verª Sofia Cavedon, Ver. Alceu Brasinha, Ver. Almerindo Filho, Ver.
Dr. Goulart, Ver. Elói Guimarães, Verª Maria Luiza e Ver. Nilo Santos. Vejam
bem, quem está nos assistindo, esses Vereadores discutiram, analisaram,
encaminharam, votaram e aprovaram, com exceção do Ver. Haroldo de Souza, que
estava ausente, e do Ver. Sebastião Melo, que se absteve; 34 Vereadores
disseram sim. O que se faz nesse tempo? Não se vê a legalidade do ato?
Analisa-se e discute-se só para a platéia, só para aparecer na televisão? Não,
nós analisamos com seriedade! Esse Projeto é válido, nós temos que votar nele!
O Procurador foi favorável! Vejam bem, o Procurador foi favorável, mas agora
vem o Veto, argumentando que não há recurso. Basta o Prefeito sancionar e
colocar. Falta vontade política! É o Executivo voltado para o cidadão. E eu
tenho que dizer que aquilo que o Ver. Carlos Todeschini colocou aqui nesta
tribuna me leva a fazer uma reflexão: o Prefeito José Fogaça não leu! Assinou
sem ler, porque não poderia tê-lo feito de outra forma.
Agora,
o que nós vamos fazer?Vamos esperar para ver a posição desses Vereadores.
Porque, do contrário, Ver. Dib, estamos perdendo tempo, estamos enganando o
povo. Ficamos tardes e tardes discutindo o Projeto, debatendo o Projeto,
encaminhando o Projeto, aprovamos o Projeto, e basta lá alguém dizer não ao
Projeto, que vem um Veto do Prefeito. E, nesse sentido, concluírem que “nada
feito”. Nós perdemos um tempo enorme aqui, e 34 Vereadores estavam errados!
Isso é lamentável!
Eu
faço política por ideal. Eu não estou aqui para ganhar salário, eu não estou
aqui atrás de cargos em governo ou para ter tráfico de influência. Eu tenho
vergonha, quando vejo alguém pedir cargo, ou alguém pressionar, como coloquei
ontem para o Ver. Sebastião, eu e o Ver. Adeli vimos alguém querendo cargo,
pressionando. Isso é vergonhoso, e eu não faço parte disso. Isso aí é corja!
Nós
não fazemos isso, e, se tem algo que aprendi em casa, com o meu marido, o Alceu
Collares, que é um negro, mas tem honra, e em honra nós não pisoteamos em cima,
e vamos continuar colocando na imprensa.
Nós
trabalhamos para a população, porque quem cai num acidente, quem é morto, é o
pobre, e os filhinhos-de-papai atravessam as sinaleiras correndo.
Nós
pedimos aos Vereadores, que têm a consciência de que estão a serviço do
cidadão, que derrubem este Veto. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 183/05,
com Veto Total.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.Presidente,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Verª Neuza Canabarro, com toda a
certeza os 34 Vereadores que votaram a favor do Projeto de V. Exª, quando ele
foi apresentado aqui na Casa, o fizeram porque as idéias manifestadas no
Projeto são idéias que nós gostaríamos de ver adotadas aqui no Município de Porto Alegre.
Quando se vota o Projeto, nós votamos o mérito da matéria, muito embora, é
claro, as Comissões, a Comissão de Justiça e as outras Comissões devam fazer a
análise da juridicidade, da constitucionalidade e, também, do mérito.
Agora, se vota um Projeto de Lei exatamente por
causa do desejo que nós temos, muitas vezes, de apresentar para o Executivo
aquilo que gostaríamos de ver implementado lá no Executivo. O Veto é diferente.
Quando o Veto vem para a Casa, nós votamos aqui as razões do Veto. É diferente
a votação do Projeto, Verª Neuza, com todo o respeito que V. Exª merece, mas
são diferentes a votação do Projeto e a votação do Veto. Eu, hoje, estou
analisando as razões do Veto que me foram oferecidas, e, até, muitas vezes, eu
tenho criticado a assessoria do Sr. Prefeito Municipal que, em vários Projetos,
não fundamenta bem o Veto colocado para os diversos Projetos aprovados aqui por
esta Casa.
Com relação a este Projeto, uma das razões que nós
elencamos aqui, quando viemos aqui numa primeira vez a esta tribuna, uma das
razões é o art. 22 da Constituição Federal, e o art. 22 da Constituição Federal
diz explicitamente que é competência exclusiva da União legislar sobre tráfego
e transportes. É uma das competências exclusivas da União. Ora, quando eu estou
legislando sobre semáforos, eu estou, na verdade, entrando em uma área
administrativa, e, com toda a certeza, eu estou legislando sobre tráfego e
sobre transportes.
Se alguém puder explicar, aqui da tribuna, que esta
legislação não é exatamente sobre esta matéria que é da competência da União,
que é exatamente a razão colocada pelo Sr. Prefeito, então, aí, realmente,
estará justificando o seu voto contrário ao Veto do Sr. Prefeito Municipal, mas
ninguém aqui vai ficar mais digno ou menos digno porque vai votar uma matéria dessa ou daquela forma. Se o voto foi
dado de uma primeira vez a favor do Projeto, foi exatamente em honra à Verª
Neuza Canabarro, ao Projeto que aqui ela apresentava e à possibilidade de se
mostrar para o Executivo Municipal que esta Casa gostaria de ver implementado
no Município esse semáforo com contagem regressiva de tempo. Com certeza, Verª
Neuza Canabarro, acho que a idéia é excelente. Acho a idéia excelente! Só que
eu tenho de analisar o Veto de acordo com as razões que foram oferecidas pelo
Sr. Prefeito, e, dentro dessas razões, está lá o art. 22 da Constituição, que
me proíbe aqui legislar sobre tráfego e transportes. Mas, com toda a certeza,
se o conjunto da Casa entender diferente, não sou eu quem vai entender de outra
forma! Só que eu tenho a obrigação de alertar a Casa sobre aquilo que eu
conheço sobre legislação.
Então,
é sobre isso que quero alertar, mas, com toda a certeza, acho que a Verª Neuza
Canabarro cumpriu o seu papel quando alerta o Executivo Municipal sobre a forma
ideal. E eu acho que esta é a vontade dos Vereadores também, Verª Neuza, dos
que se manifestaram favoravelmente ao seu Projeto de Lei: alertar o Executivo
Municipal sobre aquilo que gostariam que tivéssemos nos cruzamentos, os
semáforos que gostaríamos de ter nos cruzamentos.
Agora,
não significa que os Vereadores vão ter menos honra porque vão aceitar o Veto
do Sr. Prefeito Municipal por causa das razões elencadas agora dentro deste
Processo. Infelizmente, porque gosto muito da Verª Neuza Canabarro, vou
continuar - eu, pelo menos, particularmente - votando no sentido de aceitar o
Veto do Sr. Prefeito Municipal.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
183/05, com Veto Total.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
vamos colocar as coisas nos devidos termos. Não se pode afirmar que 34
Vereadores aprovaram o Projeto, porque a votação não foi nominal. Estou com o
Processo na mão: o Substitutivo nº 2 foi aprovado, e nos itens sim, não e
abstenção não diz nada; não relata nada. A presença de 34 Vereadores não
significa que os 34 tenham votado. Mas eu quero dizer, com a tranqüilidade que me
caracteriza, que na Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, o
Parecer foi contrário; pela rejeição do Projeto, da Emenda e Substitutivos;
recebeu o apoio do Ver. Professor Garcia, Co-relator; recebeu apoio da Verª
Maristela Meneghetti e o meu apoio; portanto, naquele momento, fiz votação
contrária.
Na Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação, a Verª Clênia foi contrária ao Projeto; os Vereadores Elói
Guimarães, Brasinha e José Ismael Heinen concordaram com a Verª Clênia.
Portanto, não foi da forma como está sendo
colocado; é claro que votamos, porque a idéia era inteligente, a idéia era boa,
podia ser que o Executivo aceitasse; agora, não podemos desconhecer - como
Vereadores que juraram cumprir a Lei Orgânica - que a forma de administrar a
Cidade é competência exclusiva do Prefeito. Não sou eu quem diz. Hely Lopes
Meirelles: “O sistema de divisão de funções impede que o órgão de um Poder
exerça as funções de outro Poder, de modo que a Prefeitura não pode legislar -
função específica do Poder Legislativo -, como também a Câmara não pode
administrar - função esta específica do Poder Executivo”.
Por outro lado, sendo o Município entidade estatal,
com poder político para gerir os negócios de seu interesse local para a
satisfação das necessidades de sua coletividade, de seu Governo, não pode
sofrer ingerência por parte de outras entidades estatais; portanto, baseado no
art. 94 da Lei Orgânica, que trata da competência privativa do Prefeito, vou
aceitar o Veto; ia me abster, mas, depois da colocação da Verª Neuza, pela qual
tenho profundo respeito, vou aceitar o Veto porque, de acordo com a Lei
Orgânica, é contrário; por isso que disse que tinha dado o conselho:
simplifica, meu filho; simplifica! Não havia necessidade de escrever páginas e
mais páginas, dizendo que a idéia é boa, que o Conselho Nacional de Trânsito
não permite, que o Código não permite, porque não é verdade. A verdade é que o
art. 94 da Lei Orgânica diz que o Prefeito é que pode fazer isso. Agora, a
idéia continua sendo boa, mas conflitaria, sem dúvida nenhuma, com a idéia da
sinaleira inteligente, conflitaria, pode ter certeza disso. Então, votaremos
pela manutenção do Veto. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
183/05, com Veto Total.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e aqueles que nos acompanham nas galerias e pela
TVCâmara, eu só vou ler, aqui, a transcrição dos momentos da aprovação do
Projeto: “Em discussão o PLL nº 183/05 e o Substitutivo nº 02 ao PLL nº 183/05.
Não há quem queira discutir. Em votação o Substitutivo nº 02 ao PLL nº 183/05,
já que o PLL nº 183/05 foi prejudicado. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados”. E dá como aprovado, com a abstenção do Ver.
Sebastião Melo. Estou lendo isto em deferência à Verª Neuza, que solicitou que
eu fizesse esta manifestação, para deixar, aqui, claros os registros.
Agora,
ouvindo a manifestação do Ver. João Dib, Verª Neuza, há de novo, aqui, uma
forçação de barra por parte da Procuradoria do Município, porque, quando a Lei
foi feita, ela foi feita com base em um Projeto autorizativo que, depois, teve
o Substitutivo nº 01 e o Substitutivo nº 02, que corrigiu, inclusive, este erro
formal de processo legislativo; e estão muito bem assentadas as razões que dão
base constitucional e legal a este Projeto, Ver. Ervino. O que a Verª Neuza fez
é absolutamente legal, regimental e se insere nas competências desta Casa, se
insere nas competências do Legislativo. Tanto é que a Procuradoria da Câmara
fala claramente que o Projeto é legal, é constitucional e tem condições de
tramitar. Ocorre que, depois, ele vai ao Município, e eles entendem e forçam o
entendimento exatamente em sentido contrário.
Então,
se tem duas posições, vamos ao mérito. O Governo Municipal alega invasão das
competências dos atos de gestão do poder administrativo. Eu quero dizer que
esta alegação também é falsa, porque o Projeto e a Lei propõem uma regra geral,
diz o seguinte: “Em Porto Alegre os semáforos deverão ter temporizador em tempo
negativo”. Só isso, a Vereadora não diz onde, nem quantos são e nem a data de
implantação; esses são atos de gestão. São coisas diferentes. Aos Vereadores
cabe estabelecer regras gerais, que não invadam competência do Poder Executivo,
nem atos de gestão. E têm competência, sim, o Poder Legislativo e o Município
para tratar assuntos de interesse local, art. 30, inc. V e VI, da Constituição
Federal do Brasil. Se não fosse assim, nós não poderíamos ter aqui decidido
sobre as tarifas de táxi, como fizemos nos últimos dias de 2007. Ora, é da
mesma natureza a questão dos semáforos, como regra para serem implantados no
Município, eles são devidos à apresentação de uma nova tecnologia, que é
recente, que Cachoeirinha já tem, por exemplo, que outros Municípios gaúchos já
têm, que muitos Municípios de Santa Catarina já têm, mas que Porto Alegre não
tem.
Então,
há uma vontade apresentada aqui por uma Vereadora desta Casa aceita e
encaminhada de forma legal, regimental, constitucional e pertinente, por 34
Vereadores; e há um veto descontextualizado do Poder Executivo sobre a matéria,
de novo. Não adianta fazer citações, Ver. João Antonio Dib, de Hely Lopes
Meirelles, querendo aplicar uma situação que não é o caso aqui; não, não é. A
Procuradoria força, a Procuradoria do Município, ou sei lá quem é que faz os
Pareceres, sistematicamente faz as coisas mal-feitas, erradas, de forma desqualificada,
é mais uma vez o caso. Ou é por acaso, Ver. Nereu, que vem, tantas vezes, o
mesmo Projeto, para que nós façamos as correções, não confirma isso? Confirma o
Ver. Nereu.
Portanto,
tem toda razão sim, a Verª Neuza, que fez uma lei, que a corrigiu com um
substitutivo, com uma emenda nº
01, com o Substitutivo nº
02, de forma a dar legalidade, constitucionalidade e competência para esta Casa
legislar sobre as matérias. Ela não conflita nem com a Lei Federal, nem
substitui Lei Federal; ela aplica um dispositivo cabível num vazio legal, onde
o Município, com base no art. 30, inc. V e VI, pode ter essa atribuição, sim. É
por isso que nós não temos que acatar o Veto do Prefeito. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrados
os encaminhamentos.
Em
votação nominal o PLL nº 183/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 13 votos SIM, 07 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES. Aceito o Veto.
O
SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito o adiamento da discussão do Veto Total ao PLL nº 169/06
por duas Sessões.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Professor Garcia, que solicita adiamento da discussão do Veto Total ao PLL
nº 169/06 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, em relação ao
Requerimento anteriormente votado, eu gostaria de chamar atenção de que a data
fatal é dia 21, portanto, amanhã; não podemos adiar por duas Sessões, podemos
adiar até amanhã somente. Acho que a Câmara deveria fazer uma verificação de
votação, o que dá tranqüilamente para...
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sr. Vereador, se não
estou equivocado, o 30º dia é amanhã, porém ele só passa a trancar a Pauta na
Sessão depois da de amanhã. Portanto o Requerimento do Ver. Garcia está
correto.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 1243/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 002/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que acrescenta o art. 65-A à Lei
Orgânica do Município de Porto Alegre, definindo critérios para o
estabelecimento e reajustes dos subsídios dos Vereadores. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Mario Fraga: pela
rejeição do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Sofia Cavedon: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEDECONDH.
Relatora Ver.ª Margarete Moraes:
pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da COSMAM.
Relator Ver. João Carlos Nedel:
pela rejeição do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do
Dia em 11-12-06;
- discutiram a matéria
os Vereadores A.Oliboni, L.Braz, A.Sell, M.Celeste e E.Guimarães, em 11-02-08;
- adiada a discussão por
três Sessões.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PELO nº 002/05. (Pausa.)
A SRA. MARIA
CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito adiamento da discussão do PELO nº 002/05, de minha autoria, por duas
Sessões.
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o
Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita adiamento, por duas
Sessões, da discussão do PELO nº 002/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 004/08 – (Proc. Nº 0843/08 –
Ver.ª Maristela Maffei) – requer
Moção de Protesto contra a TV Globo e afiliadas, por apologia ao uso de bebidas
alcoólica veiculada através do programa Big Brother Brasil. (incluído em
20-02-08)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião
Melo): Em votação o
Requerimento nº 004/08, de autoria da Verª Maristela Maffei. O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 004/08.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de encaminhar esta matéria em relação ao
Requerimento da Verª Maristela Maffei, que, com muitas razões, aponta uma burla
e uma atitude absolutamente nociva à juventude brasileira, quando, através de
cenas de teatro e televisão, se faz a promoção, como se fazia do cigarro até
muito pouco tempo atrás, quando começou a proibição de propaganda do cigarro -
os artistas da Rede Globo passavam o tempo inteiro fumando no vídeo, numa forma
sub-reptícia de fazer propaganda. E agora, evidentemente, que estou totalmente
contra a atitude da Rede Globo de usar as suas cenas de dramatização de uma
novela, de um folhetim, fazendo com que essas pessoas, especialmente a nossa
juventude, sejam induzidas ao álcool, no momento em que nós temos no País uma
incidência assustadora, aumentando as estatísticas, Vereador, de morte e de
invalidez por acidentes causados pelo uso do álcool. Quando, pelo uso do
álcool, o acidente de trânsito e o assassinato fazem deste País um dos mais
infelizes de todos os países que enfrentam essa tragédia.
Agora,
em três cidades visitadas na Europa - Frankfurt, Londres e Paris -, às 23
horas, todas as instituições que vendem bebidas alcoólicas estão fechadas, e a
grande maioria delas fecham muito antes desse horário. É verdade que estão no
inverno lá, mas, mesmo assim, nos países de Primeiro Mundo, não se faz mais. E
há uma ligação direta entre o acidente de trânsito - que não é mais acidente,
pois agora vai-se chamar delito - e o assassinato desencadeado pela bebida
alcoólica. Então, acho que há um repúdio da sociedade inteira nesse sentido,
porque se for uma atitude ocasional, nenhum problema. Mas o Big Brother
Brasil realmente excedeu todos os limites: a propaganda, o consumo e,
principalmente, a evidente correlação do álcool com os acidentes.
Saúdo
aqui a presença do Dr. Celso Pitol, que tem acompanhado os nossos trabalhos e,
em especial, a Verª Maristela Maffei sobre a questão do álcool. Nessa campanha,
inclusive o Presidente da República, num maravilhoso canetaço, proibiu a venda
de bebidas alcoólicas nas estradas, graças a Deus! Nós sabemos que houve essa
proibição, porque sabemos que há uma investigação muito forte da Polícia
Federal com relação ao estado psicológico dos motoristas de caminhão - que usam
cocaína, êxtase e/ou bebida alcoólica - e os acidentes horríveis que têm
acontecido. Quando o acidente envolve um caminhão, é muito pior pelo volume,
que causa um estrago maior. Nós sabemos que as condições de trabalho são insuportáveis,
pioradas pelo sono, pela exaustão e, principalmente, pela obrigação de cumprir
o horário e a responsabilidade de entregar a carga.
Então,
quero-me congratular com a Verª Maristela Maffei, e dizer que, certamente,
minha Bancada, eu e o Ver. Luiz Braz, votaremos favoravelmente ao seu
Requerimento. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 004/08.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu falo no
espaço da Bancada, mas sei que a minha Bancada teria diferentes aspectos,
talvez mais ricos e importantes para trazer aqui, apoiando, Verª Maristela, a
sua Moção de Repúdio. Nós queremos ampliar esse repúdio. Também entendemos que
é uma apologia ao alcoolismo, que o momento da festa no Big Brother é o
momento da alienação, é o momento de relaxar de uma vida, e essa é que é a
importante, a mais importante, a mais dramática e nefasta lição que o Big
Brother dá ao Brasil. Durante o dia inteiro, há crianças, jovens e idosos
que estão fascinados por esse voyeurismo promovido pela televisão
brasileira. Qual é a principal ideologia transmitida, Ver. Sebenelo, nesse
programa, que é um deboche e um desrespeito à inteligência do povo brasileiro?
É a ideologia de uma sociedade da competição, do individualismo, uma sociedade
do cinismo: nós, em sociedade, vivemos bem, temos que festejar, somos amigos,
somos sinceros, somos verdadeiros, mas, infelizmente, imperiosamente, a
sociedade capitalista é uma sociedade da exclusão. É preciso eliminar, é
preciso enganar, você vai ter que escolher entre as pessoas: quem vence e quem
não vence. É uma apologia ao capitalismo, em última análise, de um sistema que
não tem lugar para todos, de um sistema que exclui, de um sistema que endeusa o
capital, o ter, o ganhar, principalmente a idéia da vida fácil, de ganhar
prêmios, de competir, de se colocar na vida, destruindo e eliminando os outros.
É impressionante o poder de sedução desse programa e o que, lamentavelmente,
significa de pauperização da cultura brasileira.
Vereador
Haroldo, Verª Margarete, eu ontem assisti à peça A Casa das Três Irenes, que é
uma peça que eu recomendo que assistam; tem espetáculo hoje e amanhã no Teatro
do Sesc, inspirada na Casa dos Artistas, Verª Margarete, eu sei que és uma
lutadora por aquela casa onde há artistas aposentados que não conseguem
sobreviver da sua arte. Enquanto temos o Porto Alegre em Cena, que é um grande
esforço dos artistas locais para colocar suas peças, para formar público, para
resistir na sua arte, a gente vai aos teatros e vê meia dúzia de pessoas,
enquanto que a rede de televisão brasileira, que é uma concessão, que tem uma
imensa força, não a utiliza para valorizar os nossos artistas, para valorizar a
nossa cultura, para elevar a cultura do povo, a crítica do povo. Esse programa
é um lixo que é entregue, todos os dias, em nossas casas, aos nossos queridos
filhos, avós; às nossas famílias inteiras que ficam assistindo, iludidos por
aquele saco vazio, por um conjunto de vaidades, emoções, relações do momento:
quem seduz, quem é capaz de seduzir, quem é capaz de iludir, quem é capaz de
representar um bom personagem; isso é lixo!
E
aqui a Verª Maristela propõe o repúdio ao álcool. Enquanto todos os indicadores
dizem que a maioria dos acidentes é resultado do uso de drogas e principalmente
de álcool; que a obesidade, que chega em todos os lugares deste País, ao lado
da miséria, tem a ver com o consumo de álcool, tem a ver com o consumo
exagerado de alimentos que fazem mal, nós temos uma Rede Globo que, nos
horários nobres e durante o dia inteiro, faz a exaltação à bebida alcoólica, a
exaltação à vagabundagem, à ignorância - não é à toa que não se pode levar nenhum livro para dentro da
tal casa do Big Brother Brasil. Então, nós temos que repudiar, sim;
temos que rediscutir a concessão da televisão pública brasileira, porque é
lamentável, o povo brasileiro merece muito mais, e eu diria que sou
completamente discordante daquela frase que diz que o povo brasileiro tem os
governantes que merece, que o povo é ignorante. Na verdade, são as políticas
públicas, como a concessão pública da televisão, que tornam o povo ignorante e
ignorado, porque ali na TV nós deveríamos estar mostrando a verdadeira arte do
Brasil, o verdadeiro esforço do povo brasileiro de construir uma vida digna e
não o que está sendo mostrado ali, que é a deterioração das relações e da
condição de vida do povo brasileiro.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação o Requerimento nº 004/08, de autoria da Verª Maristela Maffei. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção do Ver. Alceu
Brasinha.
Solicito
ao Ver. Carlos Todeschini que assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 002/08 – (Proc. Nº 0319/08 –
Almerindo Filho) – requer
seja o período de Comunicações do dia 07.04.08, destinado a assinalar o
transcurso da Campanha “2008 – Ano da Bíblia”. (incluído em 18-02-08)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em
votação o Requerimento nº 002/08, de autoria do Ver. Almerindo Filho. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com votos contrários dos Vereadores
Haroldo de Souza e Alceu Brasinha.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: O
ano da Bíblia é todos os anos, não precisa ser só o ano de 2008!
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 003/08 – (Proc. Nº 0368/08 –
Almerindo Filho) – requer
a realização de Sessão Solene, no dia 01 de julho de 2008, às 15 horas,
destinada a assinalar o transcurso do 1º aniversário da Transmissão Local da TV
Record Sul. (incluído em 18-02-08)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em
votação o Requerimento nº 003/08, de autoria Ver. Almerindo Filho. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. Nº 8469/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 295/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que institui a
Semana Municipal de Incentivo ao Esporte da Bocha, a ser realizada anualmente,
na quarta semana do mês de setembro, que passa a integrar o Calendário Oficial
de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC. Nº 9908/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 027/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
altera o nome do Capítulo III, o art. 194, o “caput” do art. 195, o “caput” e o
§ 1º do art. 196, o “caput” do art. 198 e o art. 199 no Título XII da Lei
Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores – que institui
o Código de Edificações de Porto Alegre e dá outras providências –, prevendo
separação dos resíduos sólidos secos e orgânicos nas edificações em geral.
PROC. Nº 0172/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/08, que autoriza a alienação de uma faixa de terra, em forma de
polígono, situada nos fundos do terreno que faz frente à Rua Cinco de Novembro,
lado par, distanciado 90,60m da Rua General Gomes Carneiro, matrícula 72.898 do
Registro de Imóveis da 2ª Zona, e dá outras providências.
PROC. Nº 0429/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/08, que revoga o artigo 19 da Lei
Complementar nº 563, de 30 de janeiro de 2007, e dá outras providências.
(processo administrativo/infrações aos Direitos do Consumidor)
PROC. Nº 0954/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/08,
que autoriza o Poder Executivo a contratar com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento – BID – operação de crédito externo, com garantia da União, no
valor limite equivalente a US$83.270.000,00 (oitenta e três milhões e duzentos e
setenta mil dólares dos Estados Unidos da América), para financiamento de obras
de reurbanização, saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Programa
Integrado Socioambiental – PISA –, e dá
outras providências.
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, hoje temos, no primeiro dia de Pauta, cinco Projetos: dois do
Legislativo e três do Executivo. O Ver. José Ismael Heinen quer a Semana
Municipal de Incentivo ao Esporte da Bocha. Há uma série de restrições feitas
pela Procuradoria da Casa, porque está interferindo no art. 94 da Lei Orgânica,
que é competência do Prefeito a forma de administrar. Então eu quero chamar a
atenção agora para que depois não digam: “Olhem o art. 94”!
O
Ver. Claudio Sebenelo quer fazer alterações no Código de Edificações de Porto
Alegre. Eu acho que tem que ser muito bem estudado, uma vez que nós temos
problemas. Quando nós tínhamos aquele conduto para o lixo, aquela tubulação que
recebia o lixo, a Prefeitura terminou. Então, tem que examinar, e as pessoas,
hoje, na maioria, estão fazendo a seleção. Na minha casa, pelo menos, se faz
assim: lixo seco e lixo orgânico.
Eu acho que o Prefeito tem que melhorar, tem que simplificar. “Simplifica, meu filho; simplifica”, assim dizia o guru indiano. Ele pede autorização para alienar uma faixa de terra em forma de polígono situada nos fundos do terreno que faz frente à Rua Cinco de Novembro, lado impar, distanciado 90,60m da Rua General Gomes Carneiro. Este terreno, tanto quanto eu sei, porque quando foi feito o reservatório da Catumbi, ele foi terminado na minha primeira gestão como Diretor do DMAE, e tem funcionário morando lá. Agora, para vender por 17 mil reais, eu acho que não pode, tem que fazer uma licitação, e eu vou pedir à Mesa que solicite à liderança do Governo que faça a complementação do Projeto de Lei. Por isso que eu disse que tem que simplificar, porque a coisa está complicada. O Prefeito assina - e se o Prefeito assina é Lei. O Prefeito diz aqui (Lê.): “Segue em anexo o Processo administrativo nº 003009424016”. O Projeto não está aqui. Solicitaria à Mesa que pedisse à Liderança do Governo para que anexasse o Processo, para que pudéssemos discuti-lo melhor. V. Exª, como eu, foi Diretor do DMAE; V. Exª, como eu, conhece bem o reservatório da Catumbi, ali na Rua Cinco de Novembro, no alto do Morro da Primavera. Solicito que a Presidência faça, por favor, esse encaminhamento ao nobre Líder do Governo, Professor Garcia. Tenho certeza que virá o Processo, e nós teremos melhores condições para discuti-lo.
Agora,
quero lembrar que, na Rua Marquês do Pombal, foi dado Direito Real de Uso num
terreno, e pediram a desafetação e uma série de coisas. Isto aqui foi
desapropriado, por utilidade pública, para a construção do reservatório, e
sobrou uma pequena área. Então, espero que essa sobra se enquadre no Plano
Diretor. Agora, Direito Real de Uso asseguro que pode ser dado. Peço que isso
seja feito.
Encaminha
o Executivo o Projeto de alteração do financiamento do BID. Acho que a Câmara
vai votar o mais rápido possível. Inclusive na reunião da Mesa e Lideranças,
ficou acertado que faríamos até a convocação extraordinária, para correr Pauta
para que o Projeto pudesse ser votado rapidamente, porque é do mais alto
interesse da Cidade. V. Exª, Sr. Presidente, como Diretor do DMAE, participou e
participou bastante no encaminhamento do Projeto que agora vai se tornar
realidade, como está acontecendo com o Projeto do Conduto Forçado Álvaro
Chaves. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Sr. Presidente, há vários Projetos em Pauta; nós inclusive não vamos utilizar
os cinco minutos, porque achamos que, conforme o acordo de uma Sessão
Extraordinária para correr Pauta, este Projeto que está hoje em 1ª Sessão de
Pauta, que é relativo à autorização para o Executivo contratar, com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, o BID, uma operação de crédito externo com
garantia da União no valor limite equivalente a 83 milhões e 270 mil dólares.
Nós entendemos que o Projeto Socioambiental, sem sombra de dúvida, é o maior
projeto de interesse do Município neste ano. É um projeto que vai fazer com que
o Município, que hoje tem sua rede de saneamento em 27%, passe para 77%. Esse
acréscimo, entendemos, vai oportunizar isso. Um novo financiamento? Mas é da
necessidade. Então, Sr. Presidente...
O
Sr. Guilherme Barbosa:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Garcia, obrigado por
me conceder um aparte. Nós ficamos, na verdade, ao mesmo tempo que contentes,
porque se trata de um projeto importante - nós começamos a pensar nele na
Administração Popular - , por outro lado, muito impactados, porque esta deve
ser a quarta vez que o Governo Municipal, administrado pelo Prefeito Fogaça,
manda um acréscimo de valor para o Projeto Socioambiental. Aquilo que já andava
em mais de 400 milhões de reais, agora recebe um acréscimo de, entorno de,
digamos, 140 milhões de reais, já que se trata de 83 milhões de dólares. Parece
um processo infindável de acréscimo e, pelo que li da Ementa - ainda não tive
oportunidade de ler o Projeto todo -, nesse caso não serão recursos para as
obras de saneamento propriamente ditas, mas de reurbanização; a parte
ambiental, assim por diante. Então, Ver. Garcia, nós, da oposição, que não
votamos contra, nem, em princípio, pretendemos, gostaríamos de ter mais
informação, porque, de fato, é um processo infindável.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Somos testemunhas disso,Vereador. Vereador, inclusive já vou lhe encaminhar,
tão logo eu saia daqui, a correspondência da Comissão de Financiamentos
Externos, a Cofiex, que, justamente na Resolução nº 352 coloca o seguinte (Lê.): “Secretário
Executivo da Comissão de Financiamentos Externos no uso das atribuições que lhe
são conferidas pelo inc. XII, art. 17 da Resolução/Cofiex nº 290, resolve, com relação à Recomendação
Cofiex nº 923, de 18 de maio
de 2007, referente ao Programa Integrado Socioambiental de Porto Alegre, de
interesse do Município de Porto Alegre, autorizar o incremento de até 10% nos
valores de empréstimos e da contrapartida, sem prejuízo dos demais termos
contidos na referida recomendação”. Então, eu vou lhe passar esta carta. Era
isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Ver.
Todeschini, na presidência dos trabalhos; ilustres Vereadores, na Pauta,
aparece um Projeto deste Vereador, em primeira discussão, sobre a
obrigatoriedade dos edifícios de separar o lixo orgânico do lixo seco. Isso já
faz parte até de um processo que está se tornando cultural, pelas iniciativas
do DMLU, durante já muito tempo indo nas escolas, indo em todos os locais, mas
faltava uma lei obrigando e melhorando as questões do lixo, que é intensamente
produzido na nossa sociedade, onde temos uma gênese do lixo muito forte e cada
vez mais crescente nos dados estatísticos, inclusive de pesagem do lixo urbano,
e também pelas questões de tecnologia e do uso do plástico associado ao lixo.
Necessitamos separar os restos alimentares e outros afins, o chamado lixo
orgânico, as questões da sua deterioração e a sua degradação, e outros que não
são degradáveis, nem biodegradáveis, que ficam, às vezes, 400, 500, 600 anos
sem a devida deterioração e a incorporação nessa parte mais absorvente e mais
periférica da superfície terrestre.
Então, essa questão do lixo é importante. É
necessária essa separação, e, se essa separação, ao invés de ser feita pelo
lixeiro, ao invés de ser feita pelo DMLU, ao invés de ser feita pelas empresas
encarregadas, sejam feitas já na sua origem, já nas casas, especialmente nos
edifícios e nos condomínios, em que há um número maior de pessoas do que numa
residência horizontal, essas residências verticais onde há um número muito
maior de famílias e um número muito maior de quilos, de elaboração de lixo, nós
achamos que é necessário, é preventiva e absolutamente organizadora a separação
entre lixo orgânico e lixo seco, e, conseqüentemente, um encaminhamento muito
mais fácil e racional, inclusive com economia de energia e de uma série de
outros esforços decorrentes do transporte do lixo. Por isso, então, trago não
só esta proposta, mas trago para a Casa este Projeto com este sentido de
organização, com este sentido de, primariamente, estar resolvida a separação do
lixo e, por fim, economicamente, dar vazão a um lixo que pode ser reutilizado,
pode ser reintegrado, pode ser reabilitado, estando separado daquele que tem
que ser degradado pela sua deterioração natural junto à superfície terrestre.
Por isso, peço aos Srs. Vereadores a consideração e
a aprovação, por parte do Plenário, de um Projeto que até pode ser simples,
quase simplório, mas um Projeto que tenha, assim, na sua raiz, no seu cerne, a
formação do lixo, a gênese do lixo, e a sua separação. Parece-me que isso
organiza, racionaliza e, principalmente, orienta. Nós precisamos de um processo
educativo, por intermédio do DMLU, junto aos edifícios e junto às populações
que vivem em condomínios, que são a maioria em Porto Alegre; a esmagadora
maioria vive dentro de edifícios e condomínios. Por isso, acho que este é um
Projeto que vem favorecer a questão do lixo na cidade de Porto Alegre.
Peço aos Srs. Vereadores a sua simpatia em relação
ao exame do Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos
em discussão preliminar de Pauta e temos aqui o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 002/05, de autoria da Verª Maria Celeste, que acrescenta o art.
65-A à Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, definindo critérios para o
estabelecimento e reajustes dos subsídios dos Vereadores. Este Projeto da Verª
Maria Celeste está tramitando desde o ano passado... Não é para discuti-lo?
(Pausa.) Bem, passemos à próxima matéria. A Verª Maristela Maffei requer Moção
de Protesto contra a TV Globo e afiliadas, por apologia ao uso de bebidas
alcoólicas, veiculada através do programa Big
Brother Brasil. Nós queremos dar parabéns...
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª
Neuza, com a sua permissão, eu peço a sua atenção, nós estamos em discussão
preliminar de Pauta...
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Desculpem,
eu estou com a Pauta trocada, fiquei tão indignada com o Veto ao meu Projeto
que realmente fui surpreendida. Desculpem. Mas eu quero dar os parabéns à Verª Maristela
Maffei, porque, como educadora, nós vemos o quanto esse programa deseduca as
nossas gerações.
Projeto
do Ver. José Ismael Heinen, que institui a Semana Municipal de Incentivo ao
Esporte da Bocha, a ser realizada anualmente, na quarta semana do mês de
setembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de
Porto Alegre, e dá outras providências. Nós sabemos que o Ver. José Ismael
Heinen trabalha diretamente com os clubes sociais em que a bocha é praticada.
Então, nós estamos aqui dizendo a ele que ele tem todo o nosso apoio para esse
Projeto.
Há
o Projeto do Ver. Claudio Sebenelo que altera o nome do Capítulo III, o art.
194, o caput do art. 195, o caput e o § 1º do art. 196, o caput
do art. 198 e o art. 199 no Título XII da Lei Complementar nº 284, de 27 de
outubro de 1992, e alterações posteriores - que institui o Código de
Edificações de Porto Alegre e dá outras providências -, prevendo separação dos
resíduos sólidos secos e orgânicos nas edificações em geral. Esse também é
outro Projeto que tem a maior relevância, porque trata da Saúde e do Meio
Ambiente em Porto Alegre.
Então,
nós gostaríamos de dizer que, nesta discussão preliminar de Pauta, nós vamos
destacar os Projetos que estão sendo discutidos.
O
Projeto de Lei do Executivo que autoriza a alienação de uma faixa de terra, em
forma de polígono, situada nos fundos do terreno que faz frente à Rua Cinco de
novembro. Este é um Projeto que tem de ser analisado, e também temos de ver as
razões do Executivo para aprová-lo.
Também
há outro Projeto de Lei do Executivo, o de nº 009/08, que autoriza o Poder
Executivo a contratar com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID,
operação de crédito externo, com garantia da União, no valor limite equivalente
a 83 milhões e 270 mil dólares, para o financiamento de obras de reurbanização,
saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Programa Integrado
Socioambiental, o PISA, e dá outras providências. Aqui nós gostaríamos de
obter, em primeiro lugar, a informação sobre os 670 milhões cobrados como taxa
de esgoto, os quais nós não sabemos onde andam.
Antes
de aprovarmos este Projeto, mais financiamento e financiamento. Nós queremos
saber o que foi feito do que foi cobrado de taxa de esgoto, por esta
Administração, nestes três anos de governo, e qual a sua destinação, porque o
esgoto cloacal, em Porto Alegre, não está sendo construído, e nós estamos sendo
onerados.
Então,
não é possível que se faça um pedido de empréstimo de 83 milhões, e com relação
àqueles 670 milhões, em 18 anos, nós não saibamos onde foram colocados, porque
esse valor era, especificamente, para a construção de esgoto cloacal.
O
Sr. Carlos Todeschini:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Neuza, obrigado pelo
aparte, mas o mais grave é que estamos aprovando, mais ou menos, pela 11ª, 12ª
vez o mesmo Projeto, porque ele vem falho, vem com erro do Executivo, e aí não
diz... Porque nós aprovamos o último que dizia o seguinte: 75 milhões de
dólares provenientes do BID e 78 milhões, em contrapartida, da Prefeitura, que
são os recursos da CEF, mais uma pequena parcela da Prefeitura. Aí não diz...
Eu não consigo entender o que está no Projeto, porque, novamente, as coisas não
estão claras.
Ao
mesmo tempo em que aumentam mais recursos, são solicitados mais recursos -
cerca de 20 milhões de reais -, são diminuídos os números de habitações a serem
oferecidas à população pelo Programa. Obrigado pelo aparte.
A
SRA. NEUZA CANABARRO:
Com certeza. Nós estamos aqui a serviço do cidadão, e temos o maior interesse
em ajudar o Executivo a trazer recursos financeiros, mas, antes, queremos saber
onde foram parar os 670 milhões destinados ao esgoto cloacal, porque, em 18
anos, temos construídos apenas 90 quilômetros, e isso não é possível. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Srs. Vereadores, temos o último inscrito para discutir a Pauta, e, pelo acordo
entre a Mesa e as Lideranças, logo em seguida convocaremos uma Sessão
Extraordinária para correr Pauta o PLE nº 009/08. Portanto, eu solicito aos Srs.
Vereadores que estão nos seus gabinetes que venham ao Plenário.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e
senhoras, Ver. João Antonio Dib, nós temos debatido muito todos os Projetos de
captação de recursos do Executivo Municipal, e confesso que venho a esta
tribuna, aqui, no entendimento de que já havíamos acabado a novela dos
financiamentos relacionados ao Programa Integrado Socioambiental. Por que eu
digo isso? Porque nós aprovamos, aqui, um Projeto, em 2006, autorizando o
Executivo a fazer uma contratação junto ao Governo Federal, Ministério das
Cidades e Caixa Econômica Federal em torno de 75 milhões de dólares.
Em maio do ano passado, veio outro Projeto para
esta Casa, fazendo uma nova retificação, e contratamos mais cinqüenta e
poucos milhões de reais da Caixa Econômica Federal, em maio de 2007. Em
outubro, novembro de 2007, o Governo mandou um novo Projeto para esta Casa,
refazendo aquele que nós tínhamos aprovado em maio, e aqui eu volto agora a
fazer alguns pedidos de esclarecimento ao Presidente da Casa, Ver. Sebastião
Melo, bem como ao Ver. Professor Garcia, que é o novo Líder do Governo na Casa,
porque as informações estão desencontradas. Então, peço um esclarecimento pelo
menos para que possamos fazer uma análise de entendimento global.
Ver. Professor Garcia, este Projeto é potente, é
amplo, nós já temos, desde o início da sua elaboração até hoje, sete anos de
discussão, elaboração, construção, e como nós, até agora, já aprovamos três projetos de lei
autorizativos, em diversas esferas, para a captação de recursos, agora vem mais
este Projeto do Banco Interamericano, buscando mais 83 milhões de dólares. Eu
confesso que não estou conseguindo aqui fazer a análise da correlação com os
outros que nós já aprovamos. Portanto, é importante que nós possamos ver o todo
do Projeto. Porque na mesma carta que o Executivo encaminhou ao Banco
Interamericano referente ao Programa Integrado Socioambiental, quando fez a
revisão do Projeto que ficou da Administração da Popular, uma carta-consulta
revisada, ele fala, por exemplo, que iria fazer o reassentamento de 1.650
famílias. Agora, no Projeto Autorizativo que manda, ele está dizendo que irá
beneficiar, com reassentamento, em torno de 1.200 famílias. Portanto, são
informações diferentes, e se nós não tivermos o todo e uma resposta do
Executivo, porque há essa diferença de um documento para outro, nós ficaremos
com informações falhas. E aí, Ver. Professor Garcia, nós fizemos aqui desta
tribuna um Pedido de Informações, que a Verª Clênia Maranhão se responsabilizou
de trazer para esta Casa, Sr. Presidente, que era o Projeto na sua totalidade,
o Projeto de Engenharia para que nós pudéssemos visualizar o grau de
abrangência das comunidades que serão beneficiadas por esse Projeto, e não
conseguimos ver isso até o momento. E as obras já iniciaram em algumas regiões,
como na Restinga e na Ponta Grossa.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Comassetto. O
problema é que nós estamos aqui sempre de boa-vontade, dando apoio às
iniciativas de contratação de recursos de financiamento tantos externos como
nacionais, mas o problema é que está muito difícil de se entender com os
números do Governo. O Projeto original, quando nós entregamos e éramos ainda
responsáveis no DMAE, era de 345 milhões de reais. O Governo atual modificou
várias questões importantes do Projeto como a retirada da Vila dos Sargentos, o
Parque Natural do arroio do Salso, e muitas outras coisas, e vieram aqui várias
versões: de 412 milhões, 490 milhões, 153 milhões de dólares e agora 160, 170
milhões de dólares. Então, a cada dois meses, muda todo o Projeto, diminuindo,
inclusive, a apresentação física dele e aumentando o dispêndio financeiro.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, se me permite, concluindo, quero fazer um requerimento a Vossa
Excelência. Há poucos dias, quando fizemos as Sessões na PUC, discutimos um
outro Projeto paralelo a este que era sobre a carta-habitação, permitindo ao
Município destinar até 40 mil reais a cada um dos moradores do entorno. No meu
entendimento, ele está relacionado com esse Projeto. Portanto, eu solicito a V.
Sª que possamos receber novamente a equipe do Socioambiental para que possa nos
demonstrar a relação dos outros projetos financeiros que aprovamos em relação a
este, em relação à carta-habitacional; enfim, podermos ver o todo e o projeto
de engenharia na sua abrangência. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Comassetto, proceda o Requerimento na forma da Lei, se é uma sugestão de
comparecimento ou outro instrumento a ser usado, que a Diretoria Legislativa tomará
as providências.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h06min.)
* * * * *